O Repórter

Delator da Fifa acusa Globo de pagar propina por direitos

Alejandro Burzaco é testemunha de julgamento contra Marin

Por Redação...
14 de novembro de 2017 às 21:51
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SÃO PAULO (ANSA) - O executivo argentino Alejandro Burzaco, delator do esquema de corrupção na Fifa, acusou diversas emissoras, incluindo TV Globo, Fox Sports e Televisa, de pagarem propinas em troca de direitos de transmissão de torneios ligados à Conmebol.

A acusação foi feita nesta terça-feira (14), durante uma sessão do julgamento de cartolas sul-americanos no Tribunal Federal do Brooklyn, em Nova York, nos Estados Unidos. Um dos réus é o ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) José Maria Marin.

Ex-executivo da empresa de marketing esportivo Torneos y Competencias, Burzaco confessou ter dado propinas a Marin, entre 2012 e 2015, ao paraguaio Juan Ángel Napout, entre 2010 e 2015, e ao peruano Manuel Burga, de 2010 a 2013.

O objetivo era obter favorecimento na negociação de contratos de transmissão televisiva. Segundo ele, grupos de mídia também pagavam subornos para obter os direitos. Ele citou TV Globo (Brasil), Fox Sports (EUA), Televisa (México), Media Pro (Espanha), Full Play (Argentina) e Traffic (Brasil).

Por meio de uma nota, a Globo diz "veementemente" que "não pratica nem tolera qualquer pagamento de propina" e ressalta que não é parte dos processos que correm na Justiça norte-americana.

"Em suas amplas investigações internas, [a Globo] apurou que jamais realizou pagamentos que não os previstos nos contratos. Por outro lado, o Grupo Globo se colocará plenamente à disposição das autoridades americanas para que tudo seja esclarecido. Para a Globo, isso é uma questão de honra", afirma o comunicado.

Burzaco se entregou às autoridades em 2015, após a prisão de diversos cartolas da Fifa na Suíça. No julgamento, Marin é acusado de cobrar propinas em contratos de transmissão e marketing relativos à Copa do Brasil, à Copa América e à Libertadores.

O caso é julgado nos Estados Unidos porque o ex-presidente da CBF e os outros cartolas no banco dos réus teriam usado o sistema bancário norte-americano para movimentar dinheiro fruto de subornos.

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