BRASÍLIA (Agência Brasil) - Autoridades do Distrito Federal vistoriaram, na manhã desta
sexta-feira (16), a Ponte do Bragueto, que liga a Asa Norte ao Lago
Norte e desemboca na rodovia BR-020 (Brasília-Fortaleza). Após constatar
que veículos de mais de 4 metros de altura têm se chocado com a
superfície da ponte, o governo local decidiu acoplar pórticos à
estrutura, que devem estar prontos até a próxima terça-feira (20), e
intensificar a sinalização, para que desviem da via de teto mais baixo.
Outra mudança deverá ser o aumento do limite de peso suportado pela ponte e por duas novas que serão erigidas.
"Viemos ver o que está sendo feito. O laudo do DER [Departamento de Estradas de Rodagem] mostra que a estrutura da ponte está preservada. De qualquer forma, estão melhorando os drenos, reforçando as lajes", disse o governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg.
O
diretor-geral do DER-DF, Márcio Buzar, reiterou a fala de Rollemberg e
explicou que, de fato, o concreto não está vergastado por desplacamento,
isto é, corrosão. "Vamos fazer uma barreira anterior, sinalizada, para
que o caminhão pare e saia dessa via inferior na L4. Caso [a colisão]
persista, vamos fazer uma barreira mecânica, porque aí o veículo não
passa de jeito nenhum. Mas a ideia é aumentar a sinalização", afirmou.
Na reestruturação, iniciada no último domingo (11), equipes do DER e da
Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap) planejam,
além de construir os pórticos de proteção, erguer as fundações de duas
pontes alternativas, serpenteando a ponte principal já existente.
Segundo o governador, a expectativa é que sejam inauguradas até o final
do ano e que, até maio, estejam liberados todos os viadutos da Asa
Norte.
Limite de peso
O
trabalho exigirá muito cuidado, já que, de um dos lados, há uma rede de
alta tensão. Conforme esclarecimento de Buzar, pretende-se aumentar, no
caso da Ponte do Bragueto, o chamado trem-tipo, ou seja, a capacidade
de tráfego suportada. Construída em 1960, a estrutura foi projetada para
aguentar até 36 toneladas, mas deverá ter o limite de carga expandido
para 45 toneladas, como as duas novas pontes.
"De qualquer
forma, a gente vai precisar melhorar a parte interna. No Eixão, o
tráfego de caminhões pesados é proibido. Vamos elevar o trem-tipo para
permitir sua circulação", reconheceu Buzar.
Ele acrescentou que
uma eventual interdição no trecho poderá ocorrer, mas ficará
condicionada à conclusão das duas pontes. De acordo com Buzar, a
vibração sentida no local é normal em vãos dessa dimensão, que, no caso
da Ponte do Bragueto, é de 60 metros. A vibração é mais fortemente
percebida quanto maior a estrutura, como é o caso da Ponte Honestino
Guimarães.
"O que é importante aqui são 11 vigas contínuas que
existem nessa ponte. Quando o caminhão passa, vem com uma alta
velocidade, há o que a gente chama na física de quantidade de movimento,
que é transferida para a ponte."
Ele não informou qual o valor
aplicado à obra, limitando-se a destacar que o governo está "fazendo com
obra direta, material da Novacap e do DER".
O governador, por
sua vez, disse que somente as obras feitas pela Novacap totalizam R$ 117
milhões, entre edificações de infraestrutura, de recuperação e de
reforço de estrutura, ao longo dos últimos três anos. "[Os recursos]
foram de várias outras fontes, inclusive de financiamento do Banco do
Brasil.
Gastamos em torno de R$ 42 milhões na infraestrutura da
rodoviária de Brasília, quatro viadutos na S1 e na N1, R$ 15 milhões
para a recuperação de uma barragem no córrego do Gama, na Vargem Bonita,
que estava quase desmoronando, fizemos a recuperação de um viaduto em
Ceilândia, onde morreram duas crianças afogadas. Fizemos a recuperação
do Córrego Cortado, na Avenida Elmo Serejo [Taguatinga], e também perto
do Parque [Distrital do Gama] da Prainha, na DF-290", ressaltou.
O diretor-geral do DER disse ainda que a Ponte das Garças, que fica sobre o Lago Paranoá, na região do Lago Sul, deverá ser vistoriada ainda no decorrer desta semana.