O Repórter

Império Serrano faz bonito, mas não o suficiente para brigar pelo título

Por Redação 2
01 de março de 2014 às 05:40
Atualizada em 01 de março de 2014 às 00:51
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Ricardo Sousa/Agência O Repórter
Tradicional escola de Madureira mostrou força de chão, mas pobreza nas alegorias e fantasias
Tradicional escola de Madureira mostrou força de chão, mas pobreza nas alegorias e fantasias

RIO DE JANEIRO (O REPÓRTER) - O Império Serrano encerrou o primeiro dia da Série A na Marquês de Sapucaí com o enredo "Angra com os Reis". O desfile foi desenvolvido pelo carnavalesco Eduardo Gonçalves.

Como o próprio nome indica, a escola fez uma homenagem à cidade de Angra dos Reis, localizada no litoral sul fluminense. A tradicional agremiação de Madureira mostrou a origem do município e seus estilos culturais. O carnavalesco aproveitou a forte ligação da cidade da Costa Verde com o mar para promover uma coroação ao Império pela Mãe D'água Iemanjá.

A introdução da escola foi sobre a Folia de Reis. A comissão de frente, coreografada por Bete Spinelli e Ivan Reis, fez um cortejo com palhaços, abrindo o desfile da Império. Em frente à cabine de jurados, os integrantes retiravam as máscaras e, com parte da fantasia inicial, criavam um terreiro para a dança do jongo. O casal de mestre-sala e porta-bandeira, Alex Marcelino e Bárbara Falcão, veio representando os padroeiros da cidade - São Benedito e Nossa Senhora da Conceição.

Em seu abre-alas, a Império Serrano mostrou as festas religiosas da cidade. A alegoria passou por problemas e chegou a haver uma movimentação do Corpo de Bombeiros por causa de um cheiro de queimado, mas os agentes não precisaram intervir. Mesmo assim, o episódio prejudicou a evolução da escola. A alegoria era acoplada, mas, apesar de grande, não primava pela riqueza de detalhes.

O segundo setor da escola apresentou com bandeiras o Quilombo de Santa Rita de Bracuí. Destaque para a 9ª ala, onde 100 integrantes faziam uma coreografia durante todo o samba-enredo, representando o jongo do quilombo, que viria a influenciar na fundação do jongo do Morro da Serrinha. O encontro entre os quilombos de Santa Rita e da Serrinha foi o tema do segundo carro do Império Serrano.

A bateria, que ousou com pelo menos três paradinhas, sendo que em uma delas, se ouvia o ritmo do jongo, veio fantasiada de peixes, representando este animal tão presente na fauna de Angra dos Reis. A fauna e a flora angrenses vieram também no terceiro carro. Para encerrar, a última alegoria do Império trouxe a esperada benção de Iemanjá à coroação da escola verde e branca de Madureira.

O Império, em seus primeiros minutos de avenida, deu a impressão de que vinha para brigar pelo retorno ao Grupo Especial, mas o padrão básico, sem grandes defeitos mas também sem riqueza ou algo que merecesse destaque nas alegorias, encerrou o primeiro dia de desfiles da série A frustando as expectativas mais otimistas da avenida.

Por Rafael Max e Julio Avila

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