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Inocentes de Belford Roxo traz na Sapucaí a biografia da cantora Joaquina Lapinha

Por Redação 2
01 de março de 2014 às 04:47
Atualizada em 01 de março de 2014 às 00:00
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Ricardo Sousa/Agência O Repórter
A Inocentes de Belford Roxo fez um desfile com grandes alegorias
A Inocentes de Belford Roxo fez um desfile com grandes alegorias

Por Rafael Max e Júlio César

RIO DE JANEIRO (O REPÓRTER) - Penúltima escola a entrar na Marquês de Sapucaí no primeiro dia de desfiles da Série A, a Inocentes de Belford Roxo trouxe o enredo "Triunfo da América: O Canto Lírico de Joaquina Lapinha", sob assinatura do carnavalesco Wagner Gonçalves.

A agremiação da Baixada Fluminense homenageou a cantora e atriz, também conhecida como Mulata da Lapa. Joaquina levou seu talento para o mundo e venceu preconceitos por ser negra.

Na comissão de frente, o lúdico. Animais representavam os signos de resistência africana dos negros no Brasil. A bela voz de Joaquina veio representada pelo primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, David e Fernanda Love.

Em seguida, no seu primeiro carro a Inocentes rendeu homenagens aos valores negros e a população afrodescendente do Brasil, exaltando suas manifestações culturais e práticas de resistência. Entre as alas que se seguiram, a 6ª ala trazia o Castrati, prática empregada no século XVI, onde meninos tinham seus testículos extraídos para preservar a voz aguda, substituindo a presença feminina para cantar no palco.

O segundo carro da Inocentes representava as origens musicais e dramáticas, que seriam naturais de Minas Gerais. A alegoria apresentou também a arte de Joaquina Lapinha. O desbravamento do mundo conquistado por Joaquina começa por Portugal. Dom João, que autorizou a participação feminina nos espetáculos portugueses, veio representado na fantasia da bateria. O reconhecimento lisboeta do talento de Joaquina é o tema do terceiro carro da escola.

A bteria da escola representou Dom João, príncipe-regente de Portugal que autorizou a participação feminina nos espetáculos daquele país. À frente dos ritmistas estava a rainha Laura Keller, com uma fantasia composta de mais de seis mil cristais.

A agremiação de Belford Roxo passou ainda pela introdução da mulher negra na música erudita, pelos rituais de preservação criados pelos negros e terminou no último carro, "O Triunfo da América". Nele, Joaquina Lapinha é representada através de sua potência vocal e talento dramático. A atriz Isabel Fillardis veio como a cantora, sendo a destaque na alegoria.

Após a passagem Inocentes de Belford Roxo veio para a avenida mostrando que pretende seguir como uma das forças da Baixada Fluminense, exibindo alegorias e fantasias impecáveis. Entretanto, a escola teve que correr no final para não estourar o tempo, o que pode prejudicar em evolução, afastando assim da briga pelo título. Porém, a agremiação não deve ter problemas em permanecer na Série A no ano que vem.

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