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Rocinha tenta trazer a Barra para a Sapucaí, mas problemas fazem a agremiação morrer na praia

Por Redação 2
01 de março de 2014 às 00:31
Atualizada em 28 de fevereiro de 2014 às 20:20
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Ricardo Sousa / Agência O Repórter
Alegoria que deveria simbolizar a festa em um estádio seguiu o caminho confuso e pouco trabalhado dos demais carros da Rocinha
Alegoria que deveria simbolizar a festa em um estádio seguiu o caminho confuso e pouco trabalhado dos demais carros da Rocinha

Por Júlio César e Rafael Max

RIO DE JANEIRO (O REPÓRTER) - Terceira escola a desfilar na Marquês de Sapucaí pela Série A, a Acadêmicos da Rocinha apresentou o enredo "Do paraíso sonhado a um sonho realizado - sorria, a Rocinha chegou à Barra". O enredo foi desenvolvido pelo carnavalesco Luiz Carlos Bruno.

A agremiação da Zona Sul buscou abordar de uma forma descontraída a região da Barra da Tijuca. Nessa linha, a comissão de frente trazia componentes em trajes de banho, fazendo algumas acrobacias sem deixar de lado a irreverência carioca. Como em toda praia, os guarda-sóis eram "alugados" por um ambulante, que os distribuía para a apresentação de cada componente. Após a performance em frente aos jurados, o ambulante recolhia os guarda-sóis, deixando alguns no chão para formar um palco, onde o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira fez seu bailado. 

O primeiro carro da escola trouxe uma borboleta móvel, símbolo da agremiação, a sobrevoar o paraíso dos sonhos que é a Barra da Tijuca. Atrás do carro, a ala dos tamanduás, animal que sumiu da região devido ao crescimento urbano do bairro, apresentou problemas com a parte de cima da fantasia, o nariz do tamanduá que, salvo raras exceções, não ficava em pé. 

No segundo setor, a Acadêmicos da rocinha mostrou o luxo e o lazer da Barra da Tijuca como os grandes prédios, o surf e o jogo de tênis. O segundo carro mostrava os prédios dos condomínios da Barra da Tijuca. Nesta alegoria, dois prédios apresentavam rasgos verticais, o que certamente vai penalizar a escola no julgamento de alegorias e adereços. Além deste problema, a alegoria ainda apresentava falhas no acabamento. A rainha de bateria, Carla Prata, representava a lúxúria do consumismo e vinha devidamente protegida pelos seguranças de shopping, fantasia da competente bateria, que não perdeu o ritmo.

Para representar o shopping, veio o terceiro carro da escola. Um dos pontos mais fracos de todo o desfile, a alegoria não trazia nada que fizesse clara menção ao idealizado no roteiro do enredo, dificultando a compreensão do público e podendo ser mais um fator decisivo na derrocada da agremiação. A referência a Barra da Tijuca como cidade olímpica trouxe alas representando o sonho da conquista das medalhas de ouro, prata e bronze, muito bem distribuídas na cabeça da fantasia. 

Por fim, o carro que deveria simbolizar as competições esportivas e toda a festa que acontece em um estádio não disse a que veio. Ladeado por algumas tochas, mas sem nenhuma estrutura de estádio, a alegoria se destacava apenas pela bandeira brasileira em seu entorno. Para completar a noite de pesadelo da Rocinha, a ala que representava a fome, com fantasias de batatas-fritas e refrigerante, veio fora de lugar, atrás do último carro, prejudicando ainda mais a apresentação do enredo.

Com sérios problemas em sua passagem pela avenida, principalmente nas alegorias e em fantasias pouco decoradas, a escola verde, azul e branca atravessou o túnel, mas chegou à Barra da Tijuca para brigar pra não cair.

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