RIO (Agência Brasil) - Em todo o Brasil os portões de acesso aos locais de prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) foram abertos neste domingo (17) às 11h30, meia hora antes do tradicional em anos anteriores. O objetivo é que os estudantes tivessem mais tempo para se identificar e assim, evitar aglomerações que ocasionassem a disseminação do novo coronavírus.
Para quem faz a prova no campus da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) a tradicional tensão na abertura dos portões do Enem foi suavizada um pouco mais. O acesso dos estudantes neste primeiro dia de provas foi autorizado para 15 minutos antes do previsto, que já estava adiantado em meia hora.
Candidatos de todas as idades aguardavam a autorização do acesso ao prédio na área externa, na sombra das árvores, para fugir do calor e do sol forte. O sentimento geral era de que a pandemia de covid-19 atrapalhou os estudos, tanto para quem era de escolas públicas quanto de privadas.
“Estou com uma expectativa meio negativa, por causa da pandemia. É um fato a mais de preocupação. Já tem a ansiedade de fazer a prova e agora tem a da pandemia. Aí acumula tudo”, disse Daniel da Silva de Lima, que estava tentando, pela segunda vez, ciência da computação.
A preocupação com a pandemia também foi citada pelo estudante Rubens David, que está fazendo pela primeira vez o Enem e busca o curso de física. “É um ano de pandemia. Eu estudei 100% autodidata, sem muita opção. Mas para mim foi fácil, pois sempre tive o costume de aprender sozinho mesmo”, contou Rubens.
Entre a grande maioria de jovens, alguns candidatos veteranos também estavam presentes e fizeram questão de chegar cedo, ocupando o primeiro lugar na entrada.
“É o meu primeiro Enem, mas eu já fiz outros vestibulares. Sou formada em educação física, direito, filosofia e ciências contábeis. Este ano eu ainda não sei o que será. Vou testar o meu conhecimento e ver se eu pontuo. Depois vou escolher alguma coisa. Talvez faça artes”, disse Carmem Maciel, de 82 anos.
Do lado de fora, um grupo de manifestantes, com faixas e cartazes, fazia um protesto por mais verbas para a educação.
“Estamos protestando contra o corte de verbas para a educação federal, o que diminui a assistência que as universidades podem dar aos estudantes”, disse Victor Davidovich, integrante do Diretório Central de Estudantes (DCE) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Enquanto os estudantes ingressavam no campus, na calçada, os tradicionais vendedores de caneta preta tentavam ganhar um extra.
“Este Enem está mais fraco do que no ano passado. Estou vendendo para ganhar um dinheiro extra, pois trabalho na área de limpeza hospitalar, mas não quero ir, para não colocar em risco os meus parentes”, disse Leandro Machado da Silva, que pegou três caixas de canetas para vender, cada uma com 50 unidades, mas só tinha vendido 25. Segundo ele, cada caixa vendida gera um lucro líquido de R$ 100,00.
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