O Repórter

Biden e Xi tentam esfriar tensão, mas divergem sobre Taiwan

Presidentes realizaram cúpula de três horas nesta segunda-feira

Por OREPORTER.COM
16 de novembro de 2021 às 10:26
Atualizada em 16 de novembro de 2021 às 10:27
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AFP
Cúpula virtual entre Biden e Xi Jinping
Cúpula virtual entre Biden e Xi Jinping

PEQUIM (ANSA) - Os presidentes da China, Xi Jinping, e dos Estados Unidos, Joe Biden, realizaram na madrugada desta terça-feira (16) uma cúpula virtual de três horas, durante a qual tentaram esfriar as tensões entre os dois países, mas também mostraram divergências sobre Taiwan e direitos humanos.

De acordo com o Ministério das Relações Exteriores chinês, a reunião foi "aprofundada, construtiva, concreta e produtiva e ajudou a aumentar a compreensão recíproca".

Dizendo estar disposto a trabalhar pelo "desenvolvimento positivo das relações sino-americanas", Xi destacou que as duas potências devem "reforçar a comunicação e a cooperação" e assumir suas "devidas responsabilidades internacionais para promover conjuntamente a nobre causa da paz".

"China e EUA devem se respeitar reciprocamente, coexistir pacificamente e cooperar para uma situação vantajosa para todos", afirmou o presidente chinês. Biden, por sua vez, afirmou que os dois países devem fazer de tudo para "evitar um conflito".

O presidente americano, no entanto, disse que os Estados Unidos se opõem "firmemente" a qualquer esforço unilateral para alterar o status quo de Taiwan e ameaçar a paz e a estabilidade na região. A ilha é considerada ainda hoje por Pequim como uma província rebelde, e Xi já deixou clara sua intenção de reintegrá-la ao território chinês.

"A reunificação é uma aspiração de todos os chineses. Somos pacientes, mas se as forças separatistas provocarem e cruzarem a linha vermelha, adotaremos medidas decisivas", ameaçou o presidente chinês durante a cúpula com Biden, que disse recentemente que os EUA defenderiam Taiwan de um eventual ataque.

O presidente americano também expressou preocupação com a situação dos direitos humanos em Xinjiang - província onde a minoria muçulmana uigure é alvo de repressões e até confinada em campos de reeducação -, em Hong Kong e no Tibete.

Xi, por sua vez, disse estar disposto a "dialogar" sobre direitos humanos, mas rechaçou o uso desse tema para "interferir nos assuntos internos de outros países".

Os líderes das duas maiores potências do planeta também discutiram questões comerciais: enquanto Biden destacou a necessidade de proteger as indústrias e os trabalhadores americanos das "práticas econômicas desleais" da China, Xi acusou os EUA de "abusarem do conceito de segurança nacional para reprimir empresas chinesas".

Recentemente, a Comissão Federal de Comunicação dos Estados Unidos aprovou a revogação da licença de operação da companhia de telefonia China Telecom por motivos de segurança nacional.

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