O Repórter

Brasil conquista dois ouros no Mundial Paralímpico de Atletismo

Por Redação...
08 de novembro de 2019 às 23:40
Atualizada em 09 de novembro de 2019 às 01:05
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Daniel Zappe/CPB
Agripino foi ouro nos 1.500 metros
Agripino foi ouro nos 1.500 metros

DUBAI, EAU (OREPORTER. COM) - Os brasileiros Thiago Paulino e  Júlio César Agripino foram campeões no arremesso de peso e nos 1.500m, respectivamente, pelo Campeonato Mundial de Paralímpico de Atletismo, que está sendo realizado nos Emirados Árabes. Além dos dois ouros, Mateus Evangelista garantiu a prata no salto em distância, e Gabriela Mendonça oi bronze na mesma prova. Antes o Brasil já acumulava o ouro de Rayane Soares nos 400m (T13) e o bronze de Alessandro Rodrigo no arremesso de peso (F11), ambos angariados na quinta-feira, abertura do Mundial.

Júlio Cesar Agripino venceu nos 1.500m da classe T11 (cegos). Guiado pelo gaúcho Lutmar Paes completou a distância em 4min07s02 e se sagrou campeão mundial. Compuseram o pódio o queniano Samwel Kimani, com 4min08s47 (prata), e o polonês Aleksander Kossakowski (4min08s71).

“Foi eletrizante. Ditamos o ritmo da prova inteira. Fui orientado a mudar a estratégia para não repetir o que aconteceu em Lima. Trabalhamos bem na pista, mantivemos o ritmo, principalmente na segunda volta. Gastei o restinho de energia no fim quando o Lutimar me incentivou, ele dizia naquela reta final ali: ‘Você vai ser campeão mundial’”, relatou Júlio, que ainda correrá os 5.000m em Dubai, na próxima quinta-feira, 14, penúltimo dia de competição.

O segundo ouro desta com o paulista Thiago Paulino, que confirmou o favoritismo no arremesso de peso da classe F57 (amputados de membros inferiores). Ele chegou à prova como atual campeão e recordista mundial e o recém-conquistado bicampeonato parapan-americano, em Lima. Ele fez 14,68m, à frente do sírio Mohamad Mohamad (14,29m) e do chinês Guoshan Wu, bronze (14m21). 

“Uma semana atrás eu não sabia se poderia competir, estava com uma inflamação no cotovelo, mas a equipe médica do CPB e o pessoal que me apoia me ajudaram muito para estar aqui. Não queimei nem um arremesso sequer, as marcas foram boas, poderiam ser melhores, mas estou feliz. Missão cumprida”, comemorou.

O salto em distância foi responsável por dois pódios brasileiros. O primeiro veio da impulsão de Mateus Evangelista, que fez 6,10m na penúltima tentativa e cravou posição na vice-liderança da disputa. O ucraniano Vladislav Zahrebelnyi ainda colocou pressão no brasileiro, com 6,07m também no penúltimo salto, porém não conseguiu melhorar a marca e terminou em terceiro. Melhor para Mateus, que repetiu o resultado de dois anos atrás, no Mundial de Londres, quando saltou exatamente 6,10m e também assegurou a prata. 

“Eu fui encaixando o salto a cada tentativa, e mentalizei o meu melhor salto, que foi nos Jogos Paralímpicos do Rio 2016, quando eu fiquei com a prata, e deu certo. A prova aqui foi muito boa, os adversários do mais alto nível”, comentou Mateus.

Gabriela Mendonça, 21 anos, foi a responsável pela quarta e última medalha brasileira nesta sexta-feira. No salto em distância da classe T12 (baixa visão), ela alcançou 5,54m, sua melhor marca da vida, logo no primeiro salto. Isto lhe rendeu a medalha de bronze. A sul-mato-grossense ainda passou por momentos dramáticos na prova, após lesionar-se no pé direito na quarta tentativa. Resistiu até o sexto (e último) salto para garantir a medalha. O pódio foi composto pela argelina Lynda Hamri (5,58m) e a ucraniana Oksana Zobkovska abocanhou o ouro com o salto de 5,73m.

“Apesar da lesão, não pensei em desistir, lembrei-me de tantos treinos e tudo que fiz para estar aqui e o tanto que queria esta medalha”, disse Gabriela após a prova, a última do dia.

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