O Repórter

Capital Inicial mescla hits com músicas novas e acerta em homenagem a Chorão e Champignon

Por Julio Cesar
14 de setembro de 2013 às 20:05
Atualizada em 14 de setembro de 2013 às 16:29
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Divulgação
Banda de Brasília procurou não repetir fórmulas de shows anteriores no Rock in Rio e prestou bela homenagem a Chorão e Champignon
Banda de Brasília procurou não repetir fórmulas de shows anteriores no Rock in Rio e prestou bela homenagem a Chorão e Champignon

RIO DE JANEIRO (O REPÓRTER) - Figurinha carimbada no Rock in Rio, o Capital Inicial foi a primeira banda a se apresentar no Palco Mundo neste sábado, segundo dia de evento. Dinho Ouro Preto, Flávio lemos, Fê Lemos e Yves Passareli fizeram o público pular e cantar muito ao som de antigos hits, sucessos mais recentes da banda e algumas músicas do último álbum de inéditas, Saturno, com direito a uma surpresa aos fãs do Charlie Brown Jr.

Os veteranos roqueiros de Brasília abriram o show com "O bem, o mal e o indiferente", uma canção lançada este ano, que faz parte do álbum "Saturno". Em seguida, o vocalista entoou os primeiros versos de "Depois da meia-noite", lançada em 2010, e emendou com "À sua maneira", do álbum "Rosas e vinho tinto", de 2002. A essa altura, o rock já havia contagiado a massa aglomerada em frente e nos arredores do Palco Mundo.

Depois de cantar "Fátima", quando desceu e quase se jogou nos braços do povo, cometendo alguns deslizes nos versos iniciais em termos de sincronia com a banda, Dinho fez um pequeno pronunciamento, citando a honra em mais uma vez abrir os shows de rock do Palco Mundo. Ao voltar aos trabalhos com "O mundo" e "Leve desespero", Dinho interagiu bastante com o público e conseguiu um belo final à capela e acompanhado por palmas.

a banda voltou a apresentar uma música do repertório mais recente, "O lado escuro da lua", outra faixa do álbum "Saturno". Em seguida, o momento da homenagem aos ex-integrantes da extinta banda Charlie Brown Jr., Chorão e Champignon, mortos este ano: "O rock está de luto esta semana, a gente queria dedicar esse show ao Champignon, ao Chorão e ao Charlie Brown Jr. A gente tinha muito respeito e carinho por essa banda, eram nossos amigos e a gente quer fazer uma homenagem, tocar um som deles. Mas pra isso eu vou precisar de ajuda, porque se até música do Capital eu erro, imagina a dos outros", disse Dinho, que escolheu "Só os loucos sabem", canção lançada em 2009 e que traz, em um de seus versos, a frase "você deixou saudade", casando perfeitamente com a ideia do tributo. O público cantou a música do começo ao fim, fazendo o maior coro do show até então, e o vocalista, apesar do receio, não deslizou na letra.

Passada a homenagem, o Capital atacou com "Natasha", tendo Dinho ao violão, e "Independência". Como de costume, o show da banda do Distrito Federal teve o seu momento em que o foco foi o protesto político. Antes de executar a recém-lançada "Saquear Brasília", Dinho falou: "As duas coisas que a gente mais gosta de fazer são cantar e falar mal de político. Vocês podem fechar o olho e escolher o alvo de vocês, eu dedico ao nosso parlamento pelo conjunto da obra. Quando eles nos olham do Congresso devem nos ver assim", pondo em seguida um nariz de palhaço.

Ainda houve tempo para "Quatro vezes você", "Mulher de Fases", dos Raimundos, e o show foi encerrado novamente no clima da juventude roqueira do final dos anos 80, que viveu muitos problemas com a "Veraneio Vascaína", forma escolhida pelos compositores Renato Russo e Flávio Lemos para nomear as viaturas policiais da época, pintadas nas cores do clube de futebol Vasco da Gama.

Em meio ao público, que se acomodava para a atração que viria a seguir, Thirty Second to Mars, uma fã especial da banda, que assistia ao seu segundo show do Capital no Rock in Rio. Tessy de Oliveira, 26 anos, cadeirante, veio de Mogi-Mirim, São Paulo, para prestigiar seus ídolos e comentou a homenagem feita a Chorão:

"Eu gostei, foi merecida. O Chorão fez história na nossa música e o Capital tinha que prestar essa homenagem mesmo, assim como outras bandas podiam fazer também", afirmou, acrescentando que, mesmo havendo um espaço reservado para cadeirantes assistirem aos shows, prefere ficar junto ao público pois a área reservada é muito distante do palco:

"Tirando esse detalhe da distância, a inraestrutura de acessibilidade está muito boa, não tive problema algum", disse a fã da banda 'trintona' de Brasília.

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