O Repórter

Com show na natação e no atletismo, Brasil passa das 120 medalhas no Parapan

Por Redação...
26 de agosto de 2019 às 23:41
Atualizada em 27 de agosto de 2019 às 00:37
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Washington Alves/Exemplus/CPB
Fabricio Barros e seu guia Jackson Silva levaram a prata
Fabricio Barros e seu guia Jackson Silva levaram a prata

LIMA, PER (OREPORTER.COM) - O Brasil segue dando um show nos Jogos Parapan-Americanos de Lima, no Peru. O grande desempenho na natação e no atletismo impulsionou o país no quadro geral de medalhas, chegando a 121 pódios nos três primeiros dias de competições. São 41 ouros, 39 pratas e 41 bronzes, liderando o quadro geral das competições.

Quem conquistou a centésima medalha foi o sul-matogrossense Fabrício Ferreira Barros, nos 400m da classe T12 (baixa visão) do atletismo. Ele acabou sendo ultrapssado e ficou com o bronze.

“Foi muito emocionante, entrei para brigar não só por mim, mas por todos que estão na torcida por mim e pelo Brasil. E o fato de ser a medalha de número 100 neste Parapan me deixa ainda mais feliz”, disse o velocista de 21 anos, que tem baixa visão em decorrência de toxoplasmose que acometeu sua mãe ainda durante a gravidez.

Fabrício cruzou a linha de chegada com o tempo de 51s34, somente 22 centésimos do medalhista de prata, e 88 do campeão.

O dia no atletismo foi com várias provas dedicadas aos deficientes visuais. Nos 100m da classe T11, a acreana Jerusa Geber e o guia Gabriel Garcia foram campeões com o tempo de 12s28, seguida da potiguar Thalita Simplício e Felipe Veloso (12s38), e da paranaense Lorena Spoladore e Renato Benhur (12s40).

Agnaldo da Silva levou o ouro nos 100m da classe T13 (baixa visão), com 11s37. Já Rodrigo Parreira ganhou no salto em distância T36.

Na final dos 400m da classe T11 (cegos), Daniel Mendes e o guia Wendell Silva levaram o ouro com 51s35, seguidos por Felipe Gomes e o guia Jonas Alexandre (51s65). Nos 100m feminino da T12 (baixa visão). Viviane Soares foi prata e Gabriela Mendonça, bronze, em prova na qual a lendária cubana Omara Duran ganhou com 65 centésimos de diferença.

Outra dobradinha veio no lançamento de dardo das classes F11/F12/F13, com Márcia Almeida ganhando a prata e Izabela Campos com o bronze.

Matheus Evangelista triunfou nos 100m T37 (paralisados cerebrais), com 11s68, recorde da competição.  O sul-matogrossense Jonatan Ferreira pegou o bronze (12s68), e a prata foi para o argentino Brian Impelizzeri (12s05). Já Daniel Mendes foi ouro nos 400m T11 (cegos). 


Matheus Evangelista venceu nos 100 metros T37 (Washington Alves/Exemplus/CPB)

No salto em distância da classe T38 feminina, Jenifer Martins garantiu o bronze. Izabela Campos foi bronze no dardo na junção das F11/F12/F13 (cegos e baixa visão). Verônica Hipólito faturou a prata nos 200m T37 (paralisados cerebrais), atrás de Jaleen Roberts, dos Estados Unidos. Tuany Barbosa foi prata no peso F57, João Victor Teixeira também terminou em segundo no peso F35/F36/F37. Thalia de Sousa foi bronze nesta prova entre os F40/F41 (anões).

Claudiney Batista foi o medalhista de ouro no lançamento de disco F56 (amputados de perna). Jair Mendes de Souza venceu no lançamento de dardo da classe F40 (anões). O último ouro da noite na pista de atletismo foi de Ariosvaldo Fernandes, o Parré, nos 400m (F53), para cadeirantes. 

Natação

Quem abriu a contagem de medalhas da natação foi o pernambucano Phelipe Rodrigues. Nos 200m medley (quatro estilos) da classe S10, prova da qual não é especialista, ele levou o ouro ao marcar o tempo de 2min25s45. Quase cinco segundos à frente do argentino Santiago Senestro, prata, e a 11 segundos do mexicano Yahir Jimenez, bronze. 

“Ontem [domingo] foi bem legal, ganhei minha primeira medalha na estreia aqui no Parapan, e acordar nesta segunda-feira e ganhar outro ouro, em uma prova que não tenho o costume de ganhar, eu tinha bem mais gás, poderia nadar melhor hoje, mas vou nadar outras seis provas aqui em Lima. Por isso, administrei o resultado, segurei um pouco, para poder nadar as outras bem também”, explicou na zona mista o nadador que nasceu em Recife, porém está radicado em São Paulo.

Na prova dos 50 metros livre S9, o Brasil ocupou os três lugares do pódio. Ruiter Silva fez 26s37 e levou o ouro João Drumond chegou cinco centésimos depois (26s42) e pegou a prata. Vanilton Filho completou o pódio com 26s67. 

“Foi uma prova muito forte, o tempo que nós fizemos aqui está entre os 10 melhores do ano. Nadei pensando no Campeonato Mundial em Londres, em setembro. Esperava ter nadado mais rápido, um tempo melhor, dei alguns vacilos e nos 50m livre não dá para vacilar. Mas fiquei muito feliz em ter chegado na frente, tenho muito a fazer aqui em Lima", disse.

Daniel Dias conquistou o ouro nos nos 50m livre (33s71), levando a sua segunda medalha dourada para casa. 


Daniel Dias venceu mais uma (Foto: Saulo Cruz/Exemplus/CPB)

A noite desta segunda-feira também contou com quatro dobradinhas do Brasil. A primeira veio nos 200m livre da classe S2, o Brasil fez nova dobradinha: o mineiro Gabriel Geraldo foi prata com 4min45s96, seguido do paranaense Bruno Becker (4min52s40). 

Em seguida, nos 50m livre do grupamento das classes S3/S4/S5, a potiguar Joana Neves (S5) foi a campeã com 38s05 e o recorde da competição. A prata ficou com a capixaba Patrícia Santos (S4), 42s24.

A terceira dobradinha saiu com Ana Karolina Soares no segundo nos 200m livre da classe S14 (deficientes intelectuais), seguido por Beatriz Carneiro, em prova vencida pela canadense Angela Marina.

A última dobradinha desta profícua segunda-feira de Parapan surgiu nos 400m S11 (cegos), quando o catarinense Matheus Rheine triunfou com o tempo de 4min54s11, seguido do brasiliense Wendell Belarmino, que bateu na borda apenas 30 centésimos depois. 

Nos 200m da S14 masculino, Felipe Caltran foi prata, atrás do canadense Nicholas Bennett. E a derradeira medalha do terceiro dia foi a prata de Guilherme Silva no peito (SB13) 1min12s00, atrás do Carson Sanocki (1min09s22).

Ciclismo e tiro

No tiro esportivo, Geraldo von Rosenthal levou a medalha de ouro pistola de ar 10m SH1, ao marcar 232.0 pontos. O também brasileiro Sérgio Vida ficou com a prata (219.3), e o americano Michael Tagliapietra foi bronze (201.5). 

É a tercceira medalha de Geraldo no Parapan 2019, sendo a segunda de ouro. Depois do ouro na pistola mista de 50m SH1 no sábado (24), ele garantiu a prata nos 25m pistola SH1 no domingo (25). 


Sergio Vida (prata) e Geraldo Rosenthal (ouro) fizeram dobradinha no tiro esportivo (Foto: Daniel Zappe/Exemplus/CPB)

“Muito trabalho, treinei muito para chegar aqui no Parapan de Lima e arrasar com os adversários. Fiquei mal ontem [domingo] porque falhei na final e não garanti o ouro, fiquei muito nervoso naquele momento decisivo ali. Botei na cabeça que faria o melhor possível nesta segunda-feira. E o resultado, apesar das muitas dores que vinha sentindo, foi a colheita de muito trabalho. Agora vamos crescer para buscar minha vaga no Mundial da Austrália, em setembro”, comentou Rosenthal, após a prova. 

No ciclismo, Márcia Fanhani e a piloto Cristiane Pereira venceram a dupla americana Werthaiser/Sharp e conquistaram a primeira medalha do ciclismo brasileiro no Parapan de Lima 2019. As brasileiras fecharam o percurso de perseguição de 3km em 3min50s829, melhor do que os 3min53s491 das rivais.


Marcia Fanhani e Cristiane Pereira triunfaram no ciclismo (Foto: Ale Cabral/CPB)

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