O Repórter

Conselho de Segurança da ONU fará reunião sobre Coreia do Norte

Kim recusou oferta de diálogo dos EUA, mas vai reabrir para Seul

Por OREPORTER.COM
30 de setembro de 2021 às 10:09
Atualizada em 30 de setembro de 2021 às 10:11
Compartilhe a notícia:
EPA
Kim Jong-un disse que relação com os EUA não mudou, mas que administração Biden é mais ¨inteligente¨
Kim Jong-un disse que relação com os EUA não mudou, mas que administração Biden é mais ¨inteligente¨

SEUL (ANSA) - O Conselho de Segurança das Nações Unidas irá realizar uma reunião de emergência sobre a Coreia do Norte nesta quinta-feira (30), informam diplomatas de alto nível à imprensa.

O encontro foi um pedido da França, Estados Unidos e Reino Unido e pretende discutir o lançamento de dois novos tipos de mísseis em testes: um de longa distância, realizado em 13 de setembro, e outro supersônico, disparado no dia 28, que aumentaram a tensão na península coreana e em toda a Ásia.

Ao mesmo tempo que a ONU quer debater a crise, em entrevista para o jornal oficial "Rodong Sinmun", o ditador Kim Jong-un rejeitou uma oferta de Washington para retomar as conversas de estabilização da região porque considera esse tipo de reunião "uma fachada para esconder as mentiras e os atos hostis deles".

"Com a posse da nova administração nos EUA, a ameaça militar estadunidense e a sua política hostil em nossa relação não mudaram minimamente em nada, mas ficaram mais astutas", disse referindo-se a Joe Biden.

Anteriormente, quando Donald Trump estava no poder, houve o primeiro encontro da história entre um líder norte-americano com a ditadura norte-coreana no país asiático. Apesar de midiático, não houve efeitos práticos da ação: Pyongyang continuou a fazer testes esporádicos e os EUA continuaram a fazer manobras militares com Seul, alvo de constantes críticas de Kim.

"Os Estados Unidos permanecem imutáveis na questão das ameaças militares e na busca de uma política hostil na relação com a Coreia do Norte, mas aplica modos e métodos mais inteligentes, como demonstrado nos atos nos últimos oito meses de posse da nova administração. Os EUA estão propagando um 'compromisso diplomático' e 'diálogo sem pré-condições', mas não é nada além de um pequeno truque para enganar a comunidade internacional e uma extensão de sua política hostil", acrescentou ao jornal.

No entanto, se Kim se manifestou de maneira dura contra Washington e Biden, o ditador afirmou que irá retomar as conversas com a Coreia do Sul no início de outubro.

As relações com os vizinhos do Sul foram interrompidas em junho do ano passado, quando o líder mandou explodir o escritório que fazia a comunicação por conta de exercícios militares.

Um ano depois, as conversas foram parcialmente retomadas, mas suspensas novamente em julho pelo mesmo motivo. Desde então, estão paralisadas.

Kim disse, durante uma reunião do partido em notícia repercutida pela emissora local "KCNA", que "espera inteiramente de Seul a determinação da trajetória futura das relações", mas que as linhas de comunicação serão retomadas "como um esforço para realizar as expectativas e o desejo da inteira nação coreana de ver a recuperação das relações Norte-Sul da atual situação e a estabilização de paz duradoura na península coreana".

"Nós não temos nem objetivo, nem motivo para provocar a Coreia do Sul e nenhuma ideia de danificá-la. Seul precisa se libertar da ilusão, da consciência da crise e dos danos de que precisa parar as 'provocações do Norte'", acrescentou.

Sobre a proposta do presidente sul-coreano, Moon Jae-in, de fazer uma declaração de fim de guerra, Kim declarou que é preciso "acabar com a postura de duplo jogo" para fazer isso.

As duas Coreias ainda estão tecnicamente em guerra apesar dos conflitos bélicos em si terem durando entre 1950 e 1953. Isso porque o confronto foi encerrado com a assinatura de um acordo de cessar-fogo e não um tratado de paz.

Últimas de Mundo