O Repórter

'De fato, ela não cantava. A gente deu um jeito', diz compositor sobre Xuxa

Por Redação...
13 de novembro de 2019 às 19:28
Atualizada em 13 de novembro de 2019 às 19:48
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Arquivo Pessoal
Pailo Massadas em meio aos trabalhos lançados, incluindo os de Xuxa Meneghel
Pailo Massadas em meio aos trabalhos lançados, incluindo os de Xuxa Meneghel

RIO (OREPORTER.COM) - Xuxa Meneghel se tornou um fenômeno comercial no universo infantil a partir dos anos 1980. O que pouca gente sabe é que ela não tinha muita intimidade com a música, curiosamente uma área onde ela é recordista de vendas. 

A própria Xuxa já se assumiu como uma "não cantora". E ela recorria à orientações em fone de ouvido e apertos de mão para conseguir alcançar o ritmo em suas canções. Quem revela esses detalhes é Paulo Massadas, compositor que fez história ao lado de Michael Sullivan e responsável direto por vários hits da Rainha dos Baixinhos.

A parceria começou no álbum ‘Xou da Xuxa’ (1986), rendeu sucessos como ‘Brincar de Índio’ e ‘Parabéns da Xuxa’ e fez com que a Rainha dos Baixinhos vendesse mais de 20 milhões de discos, superando vendas de Roberto Carlos e Julio Iglesias no Brasil. 

Massadas reconhece que foi difícil introduzir Xuxa Meneghel no mundo da música: “De fato, ela não cantava. A gente deu um jeito”, disse o compositor na série "História Secreta do Pop Brasileiro", cujo sexto episódio será exibido nesta sexta-feira (15), no canal Music Box Brasil.

“Comentei com Sullivan, essa mulher pode ser a próxima Rita Lee. Ele disse ‘tu tá maluco. Ela nem canta’.  Quando vi a presença e o carisma, eu disse que não tinha jeito de segurar essa mulher”.


Paulo Massadas, Xuxa Meneghel e Michael Sullivan (Foto: Arquivo pessoal)

O compositor fez questão de lembrar que a própria Xuxa não se reconhece como uma cantora: “O grande trunfo da Xuxa é ela saber o que ela não sabe. Quando ela afirmava que não sabia cantar, ela não era uma idiota crônica que por ser famosa, ia dizer que sabia cantar”, completou.

Palo deu detalhes sobre sobre os bastidores das gravações e apresentações de Xuxa. “Ela botava o fone. O que ela estava ouvindo enquanto cantava? A minha voz. Ela tentava sair atrás de minha voz. Ao mesmo tempo, eu pressionava as mãos dela para dar o ritmo”, detalha o compositor, que lembrou sos shows ao vivo da artista. “Quando era uma coisa para entrar, eu fingia que era uma dupla sertaneja e chegava junto com ela, como se eu fosse cantar, mas só que eu não cantava. Era só a voz dela”, lembra.

O programa também lembra outros sucessos infantis dos anos 1970 e 1980, como a Turma do Balão Mágico. O compositor Edgar Poças foi ouvido pelo programa e lembrou de suas composições para o mercado para crianças. O sexto episódio de "História Secreta do Pop Brasileiro" vai ao ar nesta sexta-feira (15), às 22h30.

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