O Repórter

De olho na vaga no Grupo Especial, Porto da Pedra homenageia a ala das baianas

Por Redação...
22 de fevereiro de 2020 às 02:45
Atualizada em 22 de fevereiro de 2020 às 13:27
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Marcos Ferraz/Riotur
A Porto da Pedra trouxe um desfile com a cara das baianas
A Porto da Pedra trouxe um desfile com a cara das baianas

RIO (OREPORTER.COM*) - Com o enredo “O que a Baiana Tem? Do Bonfim à Sapucaí”, o pesquisador de enredos Alex Varela e a carnavalesca Annik Salmon, trouxeram um hino de amor às mães do samba, levando um desfile completo sobre a ala das baianas para a Unidos do Porto da Pedra.  A agremiação foi a terceira a desfilar na Marquês de Sapucaí, pela Série A.

A fez uma viagem no tempo e retratou uma história de amor e sedução rumo à Bahia, terra onde o coqueiro dá mais coco e o sol brilha mais forte. O desfile contou a saga dos negros africanos, que, trazidos pelos portugueses, vinham para o brasil para se tornarem escravos. Os chamados ‘negros de ganhos’ não trabalhavam apenas em atividades braçais e serviços domésticos, mas também trabalhavam nas ruas como vendedores oferecendo diversos serviços, como a venda de doces, licores e legumes em seus tabuleiros.

A escola retratou o período colonial onde existia negros escravos e libertos, no qual vendia-se acarajé pelas ruas de Salvador.  Na Avenida, a Porto da Pedra trouxe os costumes regionais desta personagem que preserva os receituários dos ancestrais africanos. Foi mostrado na avenida a ligação do universo do candomblé, e das refeições ofertadas aos orixás. 


A comissão de frente da Porto da Pedra (Foto: Fernando Grilli/Riotur)

 

A vermelha e Branco exaltou o culto ao ritual sagrado principalmente de Xangô, Oiá, Oba e dos Erês. E mostrou o que tem no tabuleiro da baiana, que com suas saias rodadas, batas de algodão e turbantes, tomaram conta da avenida, sobre a proteção de Santa Bárbara. O desfile foi uma mistura do catolicismo oficial e a religião de matriz africana, o candomblé.

A Porto da Pedra trouxe cerca de duzentas baianas e simulou a lavagem da escadaria da Igreja do Nosso Senhor do Bonfim, em plena Sapucaí. Com vassouras de palha, as componentes derramaram na avenida um líquido perfumado simbolizando o ritual celebrado na Bahia. 

A carnavalesca citou as rainhas da ‘Pequena África’, os conhecimentos religiosos e culinários das tias baianas que compunham a comunidade negra de outrora. O enredo não ficou restrito foi para além da forte tradição baiana e aportou no Rio de Janeiro, onde houve a exaltação das procissões religiosas de Corpus Crhisti, e São Benedito. A Porto da Pedra trouxe para a Marquês as festas de terreiro e as procissões de cunho católico.

Foi o primeiro desfile com aspecto mais arrojado da noite, bem acima das apresentações anteriores. Destaque para as alegorias e para o enredo de fácil entendimento do público. Foi um desfile com a cara da Bahia numa viajem rumo ao Rio de Janeiro. 

Dessa forma, a Porto da Pedra tenta mostrar a sua força para chegar forte na briga pelo Grupo Especial, embora seja uma missão com forte concorrência pela única vaga. (*colaboraram Rafael Max e Jaqueline Araújo)


Detalhe do segundo carro da Porto da Pedra (Foto: Rafael Max/OReporter.com)

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