O Repórter

Drama do Império Serrano sintetiza abertura problemática do Carnaval da Série A

Por Ralph Guichard | OREPORTER.COM
22 de fevereiro de 2020 às 16:58
Atualizada em 22 de fevereiro de 2020 às 17:31
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Fotos: Riotur
Em cima do carro abre-alas, que teve sérios problemas na avenida, a velha-guarda do Império Serrano observava com apreensão a situação da escola
Em cima do carro abre-alas, que teve sérios problemas na avenida, a velha-guarda do Império Serrano observava com apreensão a situação da escola

RIO (OREPORTER.COM) - Nem mesmo o mais pessimista dos torcedores imaginaria um desfile tão caótico e problemático como o que o Império Serrano apresentou na manhã deste sábado (22). Com uma ala das baianas sem a tradicional saia que representa o grupo, além da ausência de partes de fantasias e alegorias inacabadas, a agremiação sintetizou o momento difícil passado pelas escolas de samba na abertura dos desfiles da Série A. Sem verba da Prefeitura e sérias dificuldades financeiras, as agremiações realizaram a mais modesta apresentação de sexta-feira desde a criação da Lierj, em 2012.

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O panorama traçado no período pré-carnavalesco já apontava um cenário turbulento. Pela primeira vez, o governo municipal não disponibilizou subvenção financeira ao grupo, que ficou limitado aos recursos oriundos da venda de ingressos e da televisão. 

E as primeiras a pisarem na Sapucaí, Vigário Geral, Rocinha e Unidos da Rocinha, já deixavam claro o reflexo orçamentário, com fantasias simples e alegorias, cujo número máximo já havia sido reduzido de quatro para três, no regulamento, mais compactas do que de costume.

Os carros, aliás, foram motivo para dor de cabeça também para Porto da Pedra e Cubango. Com mais rodagem na Série A e melhor estruturadas nos últimos anos, as escolas de São Gonçalo e Niterói até poderiam aspirar algo maior na disputa, mas, acabaram derrapando em problemas mecânicos que comprometeram quesitos importantes na avaliação.

Já a Renascer de Jacarepaguá, mais humilde, apesar da falta de dinheiro para produzir o desfile, deu a volta por cima e se apresentou dignamente, com soluções plásticas e artísticas que marcam a criatividade da folia carioca.

No fim, a tragédia que ninguém esperava aconteceu. O Império Serrano escreveu uma página triste em sua rica história de sucessos e conquistas, fazendo com que os componentes tivessem que tirar forças do amor pela escola para desfilar em meio a situações verdadeiramente constrangedoras. Em um enredo sobre o poder da mulher, as matriarcas imperianas sofriam ao cruzar a avenida sem a saia da fantasia. A bateria e componentes de alas, além de composições de alegorias, também passaram com vestimentas incompletas, em uma apresentação comprometida em quase todos os quesitos.

Sem agremiações com aspirações ao título na sexta-feira, o público aguarda agora os desfiles deste sábado (22) para começar a palpitar sobre aquela que poderá chegar ao Grupo Especial em 2021. As apresentações começam às 22h30, com Sossego, Inocentes de Belford Roxo, Bangu, Santa Cruz, Imperatriz Leopoldinense, Unidos de Padre Miguel e Império da Tijuca.

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