O Repórter

Egito é escolhido como sede da COP27

Cúpula climática da ONU voltará à África após seis anos

Por OREPORTER.COM
02 de outubro de 2021 às 10:20
Atualizada em 02 de outubro de 2021 às 10:22
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EPA
Egito vai organizar a 27ª conferência climática da ONU
Egito vai organizar a 27ª conferência climática da ONU

MILÃO (ANSA) - O Egito será a sede da conferência climática das Nações Unidas em 2022, a COP27.

A nomeação foi anunciada pelo enviado especial dos Estados Unidos para o clima, John Kerry, durante o encerramento da pré-COP26, em Milão, neste sábado (2).

"O Egito foi nomeado para hospedar a próxima COP27", disse Kerry na reunião ministerial na Itália. O país africano havia apresentado sua candidatura em julho passado e vai levar a cúpula climática novamente para o continente depois de seis anos - a última foi a COP22, em 2016, no Marrocos.

O discurso de Kerry marcou o encerramento da pré-COP, evento preparatório para a próxima Conferência das Partes das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, que acontece no início de novembro, em Glasgow.

O Reino Unido e a Itália são coorganizadores da cúpula, sendo que coube a Milão receber a reunião ministerial preparatória para a COP26. "Glasgow está logo depois da esquina, faltam 30 dias para o ponto de partida no desafio da década e do século", declarou Kerry.

Segundo o enviado americano, os países precisam se comprometer a limitar o aquecimento global neste século a 1,5ºC acima dos níveis pré-industriais. O Acordo de Paris, assinado em 2015, fala em manter o aumento médio da temperatura do planeta "bem abaixo" dos 2ºC.

"A pré-COP de Milão foi muito útil porque devemos demonstrar que estamos todos empenhados em respeitar o Acordo de Paris. Ficar 'bem abaixo' dos 2ºC não significa limitar [o aquecimento global] a 1,9 ou 1,7ºC, mas pelo menos 1,5ºC. É um objetivo que podemos alcançar", ressaltou Kerry.

O enviado ainda cobrou que os países do G20 "devem fazer mais" e disse estar "confiante em um acordo sobre o clima com a China".

Juventude

Antes da pré-COP, a Itália organizou um encontro com 400 jovens ativistas ambientais do mundo todo, a Youth4Climate, entre 28 e 30 de setembro, para formular propostas contra a crise climática.

O evento contou com a sueca Greta Thunberg, que chamou os discursos dos líderes políticos de "blá-blá-blá" e afirmou que as mudanças virão das ruas, e não de conferências oficiais. O ministro da Transição Ecológica da Itália, Roberto Cingolani, prometeu levar as propostas dos jovens para a COP26.

"Pedimos que eles nos fizessem propostas, e eles apresentaram umas 20. Vamos levá-las à COP26 e considerá-las", garantiu Cingolani neste sábado.

O documento final da Youth4Climate lista uma série de cobranças, como a inclusão dos jovens nas decisões sobre a crise climática, fechamento das indústrias de combustíveis fósseis até 2030 e a criação de sistemas educacionais que aumentem a consciência ambiental das pessoas, levando em conta as culturas indígenas.

Essa última proposta foi a principal bandeira da delegação brasileira na Youth4Climate, formada pelos ativistas Eduarda Zoghbi, Eric Marky e Paloma Costa.

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