O Repórter

Imperatriz Leopoldinense aborda o dinheiro e a ambição em seu desfile

Por Redação...
04 de março de 2019 às 05:58
Atualizada em 04 de março de 2019 às 06:06
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Rafael Max/OReporter.com
O navio negreiro foi uma das alegorias de destaque da Imperatriz
O navio negreiro foi uma das alegorias de destaque da Imperatriz

RIO (OREPORTER.COM*) - Com a inspiração da clássica marcinha, “ME DÁ UM DINHEIRO AÍ!”, dos carnavalescos Mário Monteiro e Kaká Monteiro, a escola de Ramos adotou um visual e uma temática mais cotidiana, com toques de irreverência no desfile de 2019. 

A Imperatriz desfilou com a pretensão de voltar entre as escolas campeãs do Grupo Especial, o que não ocorre desde 2016, de forma bem-humorada e através de metáforas, a escola falou sobre o dinheiro e sua relação com o ser humano, desde a sua invenção até a contemporaneidade. 

Com um samba-enredo irreverente, que teve um ótimo desempenho nos ensaios técnicos, a Imperatriz mudou o seu foco, tentou se comunicar com o público, procurando se livrar do rótulo de escola linear. Isso pode ser considerado um contraponto importante, já que a agremiação desfilará entre duas escolas que tem sambas-enredos de linha mais tradicional.

O desfile apresentou lendas clássicas que tratam de temáticas ligadas à justiça e ganância, como Hobin Hood e a história do Rei Midas. A escola trouxe a questão do dinheiro como pecado capital, e também um dos responsáveis pela desigualdade social. Fez uma severa crítica ao atual momento político-econômico brasileiro, onde o maior prejudicado é o povo.

O Rei Midas (Foto: Rafael Max/Oreporter.com)

Para contar o seu enredo, a escola de Ramos abordou temáticas histórias sobre o dinheiro. Os dois primeiros carros alegóricos da escola se destacaram pelo tamanho, como a do navio negreiro, o segundo a passar pela Sapucaí.

Finalizando os aspectos históricos, a Imperatriz passou ao cotidiano, sobre ricos e pobres. A partir daí, a grandiosidade é deixada de lado, dando espaço para carros com elementos humanos para passar a mensagem. A exemplo do segundo carro, sobre o sistema financeiro.

Depois das loterias e cofrinhos, a Imperatriz chega no futuro, retratando o bitcoin, o dinheiro virtual. Ao finalizar seu desfile com o dia clareando, a escola mostrou que o sentimento carnavalesco não se vende e não se empresta, que o verdadeiro amor de um folião por sua escola ultrapassa as barreiras do dinheiro. E, sintetizando o enredo, os autores fizeram uso da frase do cartunista Jaguar, embora esteja tudo tão sinistro, é preciso rir para poder respirar. (*colaboraram Rafael Max e Jaqueline Araújo)

Detalhe do navio negreiro (Foto: Rafael Max/OReporter.com)

O sistema financeiro (Foto: Rafael Max/OReporter.com)

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