O Repórter

Império Serrano enfrenta dificuldades e faz desfile dramático na Sapucaí

Por Redação...
22 de fevereiro de 2020 às 05:49
Atualizada em 22 de fevereiro de 2020 às 12:25
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Viviane Medina/Riotur
Sem o mesmo brilho de outrora, Império Serrano desfila na Sapucaí
Sem o mesmo brilho de outrora, Império Serrano desfila na Sapucaí

RIO (OREPORTER.COM*)  - Fechando a primeira noite de desfiles da Série A, a Império Serrano buscou retratar a força feminina com o enredo “Lugar de mulher é onde ela quiser!”. Entretanto, a agremiação de Madureira viveu um drama na Marquês de Sapucaí, com dificuldades imensas desde as fantasias, passando pelas alegorias e chegando ao desempenho no chão. Tudo isso prejudicou bastante o desempenho de uma escola bastante tradicional no Rio de Janeiro.

A escola Verde e Branco fez um desfile que retratou a trajetória de algumas mulheres fortes que se destacaram e deixaram marcas na história brasileira. A Império Serrando, teve como fio condutor do enredo a ‘Tia Maria do Jongo’, líder jongueira e matriarca da Casa do Jongo, na qual os pertencentes faziam uso da arte da dança originariamente africana, cujo canto é envolto por batuques.

Entre batucadas e cantos, a Império Serrano glorificou em seu enredo mulheres poderosas que deixaram marcas na história do samba, nomes como Ivone Lara e Neide Coimbra foram exaltados assim como as baianas e as mulheres imperianas. 

Outra personagem retratada pela Verde e Branco foi Clara Camarão, índia potiguara atuante no século XVII que liderou um pelotão armado contra os invasores holandeses fixados em Recife e Olinda. A escola trouxe para a avenida história de Anita Garibaldi, esposa, mãe e revolucionária, que abriu mão de uma vida rotineira para pegar em armas e travar batalhas pelas quais acredita nos ideais.

O Jongo retratado no enredo, era um canto festivo, porém possuía cunho reivindicatório e de rebeldia contra a exploração imposta pelos senhores do Brasil-Colônia. A dança e o canto, era um meio de escape que os escravos possuíam para lutar pela tão sonhada liberdade e felicidade. A escola mostrou a vida de mulheres que tomaram as rédeas de suas vidas, e por meio do samba, tentou replicar as vozes destas feministas que defendiam questões deste universo feminino. A escola finalizou o desfile comunicando sublimes verdades falando sobre a liberdade, trazendo a mensagem que toda mulher tem o dever de voar para o horizonte em busca dos sonhos e ideias.

Entretanto, nem tudo são flores para a verde e branco. O abre-alas veio com dificuldades, se desacoplando na Passarela. Além disso, o carro teve que empurrado por mais pessoas, atrapalhando todo o andamento da escola. Alguns componentes vieram com camisa, sem a fantasia. Além disso, o carro veio sem tanto destaque, com erros no acabamento típicos de agremiações que disputam as últimas posições.

Pior ainda para a ala das baianas, com as componentes sem saia. Outro detalhe foi a falta de chapéu da bateria.


Último carro da Império Serrano (Foto: Viviane Medida/Riotur)

Além disso, nota-se que a escola não foi capaz de fazer um desenvolvimento de enredo à altura do tema. Foram poucas as oportunidades para “sentir” a mensagem proposta, o que pode prejudicar no julgamento de enredo. O fechamento foi mais dramático, sendo que a verde e branco conseguiu fazer os 55 minutos.

A Império Serrano não vive seus melhores momentos no carnaval. Lamentavelmente deverá disputar contra o rebaixamento, algo que seria traumático para a agremiação, que não apareceria na Sapucaí em décadas. (*colaboraram Rafael Max e Jaqueline Araújo)


Segundo carro da Império Serrano (Foto: Rafael Max/OReporter.com)

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