O Repórter

Imprensa espanhola acusa membros do PP de corrupção

El Mundo publicou documentos que provariam envolvimento de Rajoy

Por OREPORTER.COM
17 de julho de 2013 às 16:09
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MADRID (ANSA) - O jornal espanhol "El Mundo", publicou hoje, dia 17, alguns documentos que provariam a existência de financiamentos ilícitos recebidos pelo Partido Popular (PP), beneficiando muitos altos dirigentes da bancada, entre os quais o atual presidente do Governo, Mariano Rajoy.

"A maior organização política da Espanha usou por duas décadas seu enorme poder para se financiar ilegalmente com contribuições em dinheiro por parte de empresários generosos pelas licitações obtidas e dando bônus para seus altos dirigentes que teriam recebido no total uma média anual de 600 mil euros", comentou o El Mundo em um editorial, Segundo o jornal, o principal beneficiário desse dinheiro seria o conselheiro eleitoral Pedro Arriola, que teria recebido 1,5 milhão de euro (cerca de R$ 4,8 milhões), seguido pelo premier Rajoy, que teria recebido 350 mil euros (cerca de R$ 1,2 milhão).

Outros nomes de membros do partido envolvidos no escândalo seriam o ex-ministro do Interior e atual eurodeputado Jaime Mayor Oreja, que teria recebido 250 mil euros (cerca de R$ 730 mil), o ex-presidente do Congresso e ex-ministro da Defesa, Federico Trillo, 200 mil euros (cerca de R$ 585 mil), o ex-ministro da Economia, Rodrigo Rato, 182 mil euros (cerca de R$ 531 mil) e o ex-tesoureiro e vice-secretário do PP, Javier Arenas, 150 mil euros (cerca de R$ 438 mil).

As informações do El Mundo são baseadas no depoimento do ex-tesoureiro do Partido Popular, Luis Barcenas, realizado nessa segunda-feira em frente ao juiz Pablo Ruz. Desde o começo do inquérito, em Janeiro, Barcenas tinha sempre alegado a inexistência de financiamentos ilícitos. Entretanto, durante o depoimento, ele entregou ao juiz todos os documentos e uma pen-drive com as evidencias da contabilidade paralela do partido, incluindo os pagamentos realizados para os dirigentes.

No total, segundo o ex-tesoureiro, membros do PP teriam beneficiado de 11,6 milhões de euros (cerca de R$ 34 milhões).

Em um encontro com os representantes do mundo empresarial espanhol, realizado hoje no Palácio da Moncloa, Rajoy declarou que as acusações são falsas e que não renunciará a seu cargo.

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