O Repórter

Mangueira tenta chegar ao bicampeonato com visão extra-bíblica sobre Jesus

Por Redação...
24 de fevereiro de 2020 às 01:05
Atualizada em 24 de fevereiro de 2020 às 03:39
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Giancarlo Franco/OReporter.com
A Mangueira foi a segunda escola a desfilar na Sapucaí
A Mangueira foi a segunda escola a desfilar na Sapucaí

RIO (OREPORTER.COM*) - Com o enredo “ A verdade os fará livre”, a Mangueira tratou a história de um Jesus, não de forma bíblica, e fez uma biografia de Cristo traduzida para o formato das artes carnavalescas. A Verde e Rosa contou a história de Jesus sobre uma nova percepção estética, na qual, o carnavalesco Leandro Viera propôs uma reflexão de como seria a volta de Cristo na atualidade, no hoje, neste contexto pelo qual a humanidade está vivenciando, momentos de intolerância, preconceito, violência e perseguição.

O desfile criado por Leandro Vieira, é uma ópera popular dividida em cinco atos, nos quais o carnavalesco recontou de forma nada convencional a mais conhecida história da humanidade. A partir de um novo contorno estético dado à figura de Cristo, o carnavalesco recontou a vida deste personagem bíblico desde a infância, à vida adulta, o julgamento, a condenação, morte e ressurreição.

A Estação Primeira de Mangueira, tentou desconstruir a imagem eurocêntrica que de um modo geral, acaba reforçando dados racistas, elitista e homofóbicos, que colocam a imagem de Jesus ao lado dos opressores. O carnavalesco trouxe este enredo pois, para ele, é importante tratar destes temas tão recorrentes e atuais, que permeiam o atual momento pelo qual o Brasil vive, que é extremamente conservador. 


Terceiro carro da Mangueira, sobre as "faces dolorosas da Paixão" (Foto: Rafael Max/OReporter.com)

A Verde e Rosa, recorreu à liberdade poética e uniu o território de Nazaré, com o território ocupado pela comunidade mangueirense, e apresentou Jesus com faces distintas, identificando-o com os grupos minoritários, encontrando pontos em comum entre essas pessoas e a figura de Jesus. Os componentes da escola vieram personificados com diferentes figuras de Cristo, como as mulheres, e os negros. O intuito de Leandro não foi ide polemizar a figura de Jesus, mas de aproximá-lo à todas as pessoas, principalmente aos que são considerados marginalizados e oprimidos.

Polêmicas à parte, a Mangueira desfilou mais preocupada em tentar validar seu discurso. Ainda assim, cabe destacar o desempenho do chão da escola, que segue forte como nos outros anos. Com camisa pesada. a Mangueira tenta chegar ao seu segundo título seguido. (*colaboraram Jaqueline Araújo e Rafael Max)


A Mangueira retratou como seria a volta de Cristo no mundo atual (Foto: Ronaldo Nina/Riotur)

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