O Repórter

No Rio, militares são condenados por matar músico e catador

Por Redação...
14 de outubro de 2021 às 17:15
Atualizada em 14 de outubro de 2021 às 21:39
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RIO (Agência Brasil) - A Justiça Militar condenou, no início da madrugada desta quinta-feira, oito militares do Exército pela morte do músico Evaldo Rosa dos Santos e do catador de recicláveis Luciano Macedo, em abril de 2019. Quatro acusados de participação no crime, mas que provaram não ter efetuado disparos com arma de fogo, foram absolvidos.

Um tenente que comandava a operação recebeu pena de 31 anos e seis meses de prisão. Os outros sete réus foram condenados a penas de 28 anos em regime fechado, além da exclusão das Forças Armadas. A defesa dos militares vai recorrer da decisão.

Parentes das vítimas acompanharam o julgamento, que demorou mais de 15 horas,  e comemoraram a condenação dos acusados de disparar mais de 82 tiros que atingiram o carro em que o músico estava com a família, no bairro de Guadalupe, zona norte carioca, em abril 2019.

Segundo o procurador Luciano Gorrilhas, os militares violaram regras de engajamento de Garantia da Lei e da Ordem. Ele rebateu, um a um, os argumentos da defesa dos acusados, afirmando que não tinham embasamento jurídico.

O advogado dos militares, Paulo Henrique Mello, sustentou que ninguém negou que oito militares atiraram, mas em três eventos distintos ao longo do dia, durante confrontos com traficantes de drogas da região. Segundo o defensor, os autos têm provas de que das armas dos militares não saiu sequer um dos tiros de calibre 9 mm, encontrados no veículo de Evaldo Rosa. Ainda de acordo com o advogado, o músico foi atacado por traficantes, que teriam confundido o carro com os usados pela polícia secreta da PM.

Em maio de 2019, a Justiça Militar aceitou a denúncia do Ministério Público e transformou em réus os 12 integrantes do Exército. De acordo com o Ministério Público Militar, os acusados buscavam autores de um roubo e dispararam contra o carro onde estava Evaldo, um Ford KA branco. O sogro do músico foi ferido na ação, enquanto sua mulher, o filho e uma amiga que também estavam no veículo, saíram ilesos. O catador Luciano foi baleado ao tentar socorrer Evaldo e morreu onze dias depois no hospital.

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