O Repórter

Operação Monopólio: Polícia Civil do DF cumpriu 17 mandados de prisão

Por Redação...
26 de julho de 2018 às 16:30
Atualizada em 26 de julho de 2018 às 16:31
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BRASÍLIA (Agência Brasil) - A Polícia Civil do Distrito Federal já cumpriu 17 dos 18 mandados de prisão temporárias expedidos por conta da Operação Monopólio, deflagrada na manhã de hoje (26) com o objetivo de combater fraudes em licitações feitas por administrações regionais do DF para a construção de quadras poliesportivas, meios-fios e parques.

Entre os suspeitos, há dois servidores da administração do Gama e um de Águas Claras, além de laranjas e dos chefes do esquema: Márcio Hélio Guimarães e seu filho, Márcio Hélio Guimarães Júnior. De acordo com os investigadores, há suspeitas de que o esquema abrangia outras administrações regionais localizadas nas cidades satélites do DF.

Os 17 presos já estão na carceragem da Polícia Civil. A prisão temporária tem prazo de cinco dias, mas pode ser prorrogada. Segundo o delegado Fernando César Costa, as lideranças desse esquema já foram investigadas durante a Operação Apáte, em 2014, mas por diferentes crimes – no caso envolvendo apenas procedimentos administrativos.

“Na primeira apuração, já havíamos identificado práticas criminosas. Eles continuaram [atuando de forma criminosa]  motivados pelo fato de, na época, não ter havido uma ação coercitiva do Estado contra eles”, disse o delegado.

Os empresários usaram firmas registradas em nome de laranjas para fraudar licitações feitas na modalidade convite, na qual no mínimo três empresas são convidadas a disputar obras ou serviços cujos valores não ultrapassem R$ 150 mil.

Já foram contabilizados pelo menos R$ 55 milhões em recursos públicos que tiveram como destino empresas ligadas ao esquema, entre 2011 e 2018. Entre as empresas estão La Darte, Total Arquitetura, MG Construtora, TN Construtora, Multiwork, e Terra Engenharia.

Chamou a atenção dos investigadores o fato de os laranjas participantes do esquema terem aceitado correr o risco para receber valores considerados baixos, levando-se em conta o volume movimentado pelo esquema. “O que causa perplexidade é como eles [laranjas] se sujeitaram ao risco de virar alvo das investigações. São pessoas de classe média baixa que ganham muito pouco. Um casal, por exemplo, que movimentou cerca de R$ 20 milhões em dois anos, morava em uma casa humilde na Ceilândia. Não se sabe quanto recebiam, mas pela qualidade de vida suspeita-se que recebiam muito pouco”, disse o delegado Wenderson Teles.

Já os líderes do esquema tinham, segundo os investigadores, uma vida de luxo. “Na garagem da casa de alto luxo foram apreendidos quatro veículos que, por baixo, valiam R$ 1 milhão”, disse o delegado Costa. Segundo ele, foram também apreendidos “vastos arquivos documentais e mídias eletrônicas que servirão de objeto de análise”.

Na casa de um dos investigados foram encontrados R$ 40 mil em espécie. Um dos suspeitos foi preso após terem sido encontrados em sua residência, duas pistolas com registro vencido e munições sem documentação.

A Agência Brasil tentou sem sucesso entrar em contato com as pessoas e as empresas citadas no caso. 

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