SÃO PAULO (ANSA) - A Polícia Federal pediu nesta quarta-feira (6) ao Supremo Tribunal Federal (STF) a prorrogação do inquérito contra o presidente da República, Jair Bolsonaro, por vazamento de dados sigilosos.
Segundo a PF, é preciso estender o prazo porque há "necessidade de prosseguimento da apuração" para fazer novas diligências.
O ministro Alexandre de Moraes, que é o relator do processo, recebeu o pedido e determinou que a Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifeste antes dele dar sua decisão.
O caso refere-se ao dia 4 de agosto, quando Bolsonaro usou suas redes sociais para divulgar a íntegra de um inquérito que investiga um possível ataque hacker contra o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ocorrido em 2018.
Os documentos sigilosos foram usados para embasar a retórica do presidente de que há "fraudes" nas urnas eletrônicas - acusação que não conseguiu comprovar até hoje.
Moraes determinou, em 12 de agosto, a remoção dos links disponibilizados por Bolsonaro e determinou o afastamento de Victor Neves Feitosa, delegado da PF que era o responsável pelo caso. A investigação inclui o deputado federal Filipe Barros (PSL-PR), que participou de uma live com o mandatário quando houve a revelação do documento.
À época, o ministro do STF destacou que "sem a existência de qualquer justa causa, o sigilo dos autos foi levantado e teve o seu conteúdo parcialmente divulgado" com o objetivo "tentar demonstrar a existência de fraudes nas eleições e ratificar suas declarações anteriores".
O TSE informou que a tentativa de ataque não afetou a votação ou as urnas eletrônicas.