O Repórter

Prejudicada em evolução, Rocinha faz desfile sobre a guerreira Maria Conga

Por Redação...
22 de fevereiro de 2020 às 00:52
Atualizada em 22 de fevereiro de 2020 às 00:56
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Rafael Max/OReporter.com
Detalhe do primeiro carro da Rocinha
Detalhe do primeiro carro da Rocinha

RIO (OREPORTER.COM) - A Acadêmicos da Rocinha, segunda agremiação a passar pela Sapucaí nesta primeira noite de desfiles da Série A, desenvolveu o projeto do carnavalesco Marcus Paulo, e trouxe para a Marquês o enredo que contou a história de Maria da Conceição, uma escrava do Congo, que ainda na infância desembarcou do navio negreiro no Brasil, e mais tarde se tornaria a guerreira Maria Conga, considerada a heroína de Magé, onde existe o único Quilombo reconhecido na Baixada Fluminense.

A escola contou na Sapucaí a história desta mulher que sempre sonhou pela liberdade e igualdade. Mulher vendida, cativa, que conviveu com as agruras da escravidão, e os açoites que marcaram a rotina milhares de escravos que chegaram ao Brasil. Conga conquistou a alforria, mas não se contentou com a vida que possuía, e insistiu em lutar. Fundou um Quilombo para proteger os refugiados, e após o seu desencarne, foi consagrada no reino das almas, e é considerada uma das mais famosas pretas velhas benzedeiras.

O enredo abordou as mazelas do violento e cruel passado escravocrata, e a valorização da história de resistência do negro no Brasil. A Rocinha tratou na Marquês de Sapucaí os discursos e as narrativas do seu samba com um caráter pedagógico, mostrando a importância do carnaval, junto à valorização de importantes figuras históricas populares nacionais.

A sinopse do enredo é subdividida em quatro setores, e demonstra a ‘Festa para a Princesa Congolesa’, ‘O Destino e o batismo de Maria Conceição’, ‘A criação do Quilombo Maria Conga, a luta e a resistência e o acolhimento’, e ‘Guiada por espíritos de luz ao reino das almas’.

A agremiação fez um desfile animado, porém não conseguiu sustentar o a animação de seus componentes durante todo o percurso, o terceiro carro deu problema em frente aos jurados, e o último carro da escola, que homenageou a preta velha que deu nome ao enredo, também quebrou, o que certamente irá prejudicar as notas dos jurados perante a evolução. Pois, formou-se um enorme buraco ao final do desfile. Ao todo foram 54 minutos de desfile, em cima do tempo permitido.

 A escola apresentou um desfile burocrático, mas razoavelmente vem feito na medida do possível. Além dos erros de evolução, também houve a falta de uma boa harmonia, pois não deu para sentir o canto do desfile. Assim, a agremiação da Zona Sul tenta seguir na Série A em 2021. (*colaboraram Rafael Max e Jaqueline Araújo)


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