O Repórter

Renascer de Jacarepaguá aborda a fé popular em desfile sobre as benzedeiras

Por Redação...
22 de fevereiro de 2020 às 04:45
Atualizada em 22 de fevereiro de 2020 às 05:57
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Rafael Max/OReporter.com
Detalhe do primeiro carro da Renascer de Jacarepaguá
Detalhe do primeiro carro da Renascer de Jacarepaguá

RIO (OREPORTER.COM*) - Com o enredo ‘Eu te benzo, Deus que te cura’, desenvolvido por Ney Júnior, a Renascer de Jacarepaguá foi a penúltima escola a entrar na Marquês de Sapucaí na primeira noite da Série A. A agremiação da Zona Oeste falou sobre a figura das benzedeiras, algo que faz parte da identidade brasileira.

A escola do Largo do Tanque representou na Sapucaí cada uma das etnias formadoras da identidade nacional e seus atos de benzer. O público presente pode apreciar um desfile coeso, no qual, houve a representação de uma integração cultural, que buscou elucidar o combate à intolerância religiosa. 

O samba da Vermelho e Branco, é considerado pelos diretores e presidente como uma prece, uma espécie de grito, uma forma de dar um basta ao ódio gratuito às religiões afro-ameríndias brasileiras. A escola retratou na avenida as benzedeiras e outros personagens relacionados a esse tipo de manifestação cultural-religiosa.

O carnavalesco, Ney Júnior, discutiu a importância da oralidade da palavra na construção do Brasil, tendo a fala como uma espécie de fio condutor que incorporada a fé e a tradição, é capaz de aproximar realidades tão distintas, sendo capas de tornar todos em um só. 

O desfile abriu com uma comissão de frente formada pelo povo brasileiro. Embora bem coreografada, as mensagens de crítica política e social destoavam bastante do estilo do enredo.

A agremiação desenvolveu seu enredo mostrando em seu primeiro carro a figura do sortilégio e da superstição, abordando as doenças que afetam o povo brasileiro. Depois, foi a vez abordar o processo de cura espiritual, seja na cultura indígena ou africana. A oração e o sincretismo religioso vieram em seguida.


Detalhe do segundo carro da Renascer (Foto: Rafael Max/OReporter.com)

O terceiro setor abordou as diferentes maneiras de benzer, com o objetivo de evitar as doenças e o mal olhado. Por fim, foi a vez de retratar o altar, com a representação dos santos no último carro.

A Renascer de Jacarepaguá apresentou um desfile compacto, longe de tentar o título. Ainda assim, foi um desfile que correu sem riscos, podendo garantir mais um ano na Série A. (*colaboraram Rafael Max e Jaqueline Araújo)

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