RIO (OREPORTER.COM*) - A Acadêmicos de Santa Cruz, entoou o enredo “Santa Cruz de Barbalha, um conto popular no Cariri", assinado por Cahê Rodrigues e Cláudio Vieira, onde os carnavalescos narraram os feitos, personagens e a cultura da cidade cearense Barbalha, na qual a realidade se confunde com o ideário do nordeste brasileiro. O samba da escola tratou da religiosidade e incorporou está à atualidade da maior festa popular, o carnaval.
A Verde e Branco apresentou um conto pertencente à região do Cariri, e através do olhar dos carnavalescos mostrou os versos da Canção do Exílio de Gonçalves Dias. O enredo da escola retratou a saudade e a vida de quem ama o chão onde nasceu. No entanto o intuito do narrador foi de exaltar e convidar os presentes a conhecer a cidade, a partir da perspectiva de sua história, trajetória e atualidade.
A lida dos moradores nativos do Cariri foi remontada através de um imaginário fantástico da localidade, fazendo alusão à primeira moradora eu batizou o lugar com uma “medalha”, forjada em metal para uma pessoa ilustre e desconhecida.
A lida histórica foi contada através de figuras como Lampião, Padre Cícero e o Príncipe Regente. A Verde e Branco presenteou a Sapucaí com um desfile que transpôs a barreira da religião e cultura, trouxe fé, diversão e crença, e quebrou o imaginário que temos do sertão nordestino, no qual geralmente cismamos em descrever o ambiente com cores áridas e com poucos atrativos.
A Acadêmicos de santa Cruz propôs uma imersão na cultura nordestina, trouxe o forró, o repente e as festas típicas e as associou ao carnaval carioca, e fez um convite a conhecermos Barbalha, permeada pelo conto popular de fé e alegria. A viagem da escola foi somente de ida à cidade cearense, Barbalha, o desfile da Verde e Branco foi uma jornada de fé que transformou a Sapucaí em um lindo e colorido cordel de sonhos.
Na Sapucaí, a Santa Cruz surpreendeu ao apresentar um desfile de nível bastante superior em relação aos outros concorrentes. A escola da Zona Oeste contagiou o público com uma temática nordestina vibrante para conquistar um acesso que não acontece desde 2003.
Entretanto, a agremiação pode ter cometido um erro fatal. O terceiro carro enfrentou problemas para adentrar no Sambódromo, deixando o desfile parado por longos minutos. Os auxiliares da escola tiveram que se esforçar bastante para fazer a manobra e colocar a alegoria na Avenida. Fato este que pode comprometer a agremiação na disputa pelo título. (*colaboraram Rafael Max e Jaqueline Araújo)