SÃO PAULO (ANSA) - O Senado dos Estados Unidos aprovou, nesta quinta-feira (30), de forma bipartidária, o projeto de lei orçamentária capaz de impedir a suspensão abrupta dos serviços federais no país, o chamado "shutdown", estendendo o financiamento do governo até 3 de dezembro.
A medida, que recebeu 65 votos favoráveis e 35 contrários, seguiu para a Câmara dos Representantes, onde a aprovação também foi confirmada.
O prazo para evitar a paralisação dos serviços vai expirar à meia-noite, mas os democratas no Congresso projetam aprovar o plano antes do horário final. Após a votação, o texto seguirá para a sanção do presidente Joe Biden.
O líder da maioria no Senado, Chuck Schumer, já havia anunciado ontem (29) que um acordo havia sido alcançado, abrindo caminho para a votação sobre uma "resolução contínua", que mantém o governo financiado nos níveis atuais por um período de tempo definido.
"Boas notícias, hoje o Senado aprovará uma resolução contínua que eliminará a possibilidade de uma paralisação do governo esta noite", disse Schumer.
Segundo o senador americano, além de financiar o governo até 3 de dezembro, o projeto provisório "fornecerá financiamento para ajudar a processar e reassentar refugiados afegãos e, finalmente, fornecer ajuda em desastres críticos para americanos atingidos por tempestades e incêndios florestais neste verão".
A tensão ocorre em meio a uma disputa política entre democratas e republicanos, principalmente depois que um projeto anterior que evitaria o "shutdown" foi rejeitado no Senado. A decisão foi tomada porque os governistas atrelaram essa medida à suspensão do teto da dívida, que a oposição decidiu não apoiar.
Os republicanos não querem nenhum aumento do teto da dívida e alegam que este é um problema dos democratas, já que eles controlam o Congresso e a Casa Branca.
Com a "resolução contínua", o Congresso conseguirá evitar a paralisação da máquina pública, mas sem resolver o impasse em torno do teto.
Mais cedo, Pelosi chegou a reafirmar que a Câmara americana votará não só o plano de infraestrutura de US$1,2 trilhão, mas também o projeto socioeconômico de US$3,5 trilhões, que inclui grandes investimentos para o clima e serviços para a infância.
"Tire todas as dúvidas, certamente teremos isso também", disse a presidente da Câmara, chamando a segunda medida de "o ápice do meu serviço ao Congresso porque diz respeito às crianças".
O projeto de lei agora vai para a mesa do Salão Oval para a assinatura do presidente americano, Joe Biden. A aprovação acontece pouco tempo depois do Senado dos EUA dar o aval ao plano.