O Repórter

Viradouro e Padre Miguel se destacam na última noite de desfiles da Série A

Por Rafael Max
11 de fevereiro de 2018 às 08:30
Atualizada em 04 de março de 2020 às 23:33
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RafaelMax/OReporter.com
A Viradouro se destacou na última noite de desfiles da Série A
A Viradouro se destacou na última noite de desfiles da Série A

RIO (OREPORTER.COM) - Agora é só na quarta-feira de cinzas. Apósmais uma noite de apresentações, as escolas de samba da Série A encerraram sua programação na madrugada deste domingo (11), na Marquês de Sapucaí. Apenas uma vaga está em jogo para o Grupo Especial.

A briga pelo acesso promete ser acirrada. Viradouro e Unidos de Padre Miguel apareceram como destaques da segunda noite de desfiles. Alegria da Zona Sul, Acadêmicos de Santa Cruz, Acadêmicos da Rocinha, Cubango e Inocentes de Belford Roxo completaram as apresentações.

Unidos de Bangu, Império da Tijuca, Acadêmicos do Sossego, Porto da Pedra, Renascer de Jacarepaguá e Estácio de Sá desfilaram na primeira noite.

Saiba como foram os desfiles da Série A:

Alegria da Zona Sul

A escola de samba de Copacabana apresentou o enredo "Bravos Malês! A Saga de Luiza Mahin”, de Marco Antônio Falleiros. Comuma temática afro, a escola apresentou a história de Luiza Mahin, africana vinda ao Brasil como escrava e que participou da Revolta dos Malês, no século XIX.

Alegria da Zona Sul (Foto: Gabriel Monteiro/Riotur)

Acadêmicos de Santa Cruz

O veterano Max Lopes apresentou o enredo "No voo mágico da Esperança, quem acredita, sempre alcança". A escola apresentou os valores da fé e esperança, abordando as diversas crenças e mandingas. O desfile teve de Iemanjá a dança cigana na avenida.

Santa Cruz (Foto: Fernando Grilli/Riotur)

Viradouro

A disputa começou para valer com a Unidos do Viradouro. A agremiação de Niterói entrou forte do início ao fim, puxada pelos gritos de "A campeã voltou". A campeã de 1997 ainda busca se recuperar do traumático rebaixamento de 2010, que relegou a escola ao segundo plano. Houve um retorno ao Grupo Especial em 2015, mas sem conseguir abrir uma sequência na elte.

"Vira a Cabeça, Pira o Coração – Loucos Gênios da Criação", de Edson Pereira, foi o enredo da Viradouro. A escola niteroiense falou dos gênios e loucos da ficção e realidade, passando por Michelangelo, Santos Dumont, Frankentein, Charlie Chaplin, Leonardo Da Vinci e até o carnavalesco Joãosinho Trinta, responsável por levar a Viradouro ao seu único título do Grupo Especial. O puxador Zé Paulo Sierra entrou na brincadeira e veio vestido de Michael Jackson no clipe "Thriller".

Com a grande excelência nas alegorias e fantasias, a Viradouro se comporta como se jamais tivesse caído para a divisão de acesso. Não é à toa que a escola sempre brigou pelas primeiras posições nos últimos anos em suas participações na divisão de acesso. E não será diferente em 2018.

Viradouro (Foto: Fernango Grilli/Riotur)

Acadêmicos da Rocinha

"Madeira Matriz", de Marcus Ferreira, homenageia a xilogravura, uma modalidade artística muito conhecida no nordeste do Brasil. A referência é o artista J. Borges, que veio no último carro.

Tonalidade comum na xilogravura, o preto e branco foram predominantes no primeiro setor, como na comissão de frente (contrastados pelos coloridos das sombrinhas do frevo) e abre-alas. Depois a escola trouxe os elementos do nordeste brasileiro, inspirações do ilustrador nordestino.

Rocinha (Foto: Gabriel Nascimentio/Riotur)

Cubango

A Acadêmicos do Cubango homenageou o artista plástico Arthur Bispo do Rosário com o enredo "O Rei que bordou o mundo", desenvolvido por Gabriel Haddad e Leonardo Bora. A escola lembrou os elementos comuns na arte de Bispo, além de sua passagem na Colônia Juliano Moreira, um antigo manicômio no Rio de Janeiro.

No entanto, a passagem escola ficou mais conhecida pelos problemas do que pelo desfile em si. O segundo carro teve dificuldades para entrar e para sair, causando desconforto para a escola seguinte.

Cubango (Foto: Gabriel Nascimento/Riotur)

Inocentes de Belford Roxo

Wagner Gonçalves desenvolveu o enredo "Mojú, Magé, Mojubá - Sinfonias e Batuques", que homengeou a cidade de Magé. A escola da Baixada Fluminense abordou a história do municiípio e de seus principais personagens, como o artista Heitor dos Prazeres e o jogador Mané Garrincha.

A Inocentes acabou sendo envolvida em um episódio pitoresco. A agremiação já estava com seu samba em andamento quando foi forçada a interromper sua evolução por causa dos problemas que envolviam a saída da alegoria da Cubango na dispersão. Como a escola de Belford Roxo pouco havia ultrapassado a linha do começo do desfile, foi possível recomeçar o desfile sem grandes prejuízos. Alguns minutos depois da pausa, os puxadores fizeram o esquenta e depois cantaram o samba normalmente.

Na Sapucaí, a Inocentes mostrou as raízes da cultura africana, retratados na comissão de frente, no casal de mestre-sala e porta-bandeira e abre-alas. A estrada de ferro Mauá, a folia de Reis e as personalidades mageenses também foram retradas pela escola.

Inocentes de Belford Roxo (Foto: Raphael David/Riotur)

Padre Miguel

A Unidos de Padre Miguel promete ser a pedra no sapato da Viradouro na briga pelo título da Série A. A agremiação da Zona Oeste do Rio de Janeiro quer o inédito acesso ao Grupo Especial, tendo chegado perto em alguns anos.  Com o enredo "O eldorado submerso: Delírio Tupi-Parintintin",de João Vitor Araújo, a escola falou sobre o Rio Amazonas e dos povos ribeirinhos.

Para isso, a Padre Miguel fez um desfile arrojado. Com alegorias e fantasias de ótimo nível, a escola mostrou um enredo de fácil leitura, retratando as águas, a fauna  e a flora. O encontro dos bois do festival folclórico de Parintins foi apresentado no último carro.

Padre Miguel (Foto: Rafael Max/OReporter.com)

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