RIO - Terminou na madrugada desta terça-feira (4) a segunda noite de desfiles do Grupo Especial, no Sambódromo da Marquês de Sapucaí. Unidos da Tijuca, Beija-Flor, Salgueiro e Vila Isabel foram as agremiações que se apresentaram na passarela do samba.
Quem se destacou na segunda noite de desfiles foi a Beija-Flor e Vila Isabel. A agremiação nilopolitana veio com chão forte ao homenagear Luiz Fernando Ribeiro do Carmo, o Laíla (1943-2021), ex-diretor de carnaval da escola. Já a Vila trouxe o medo e as assombrações em um desfile no estilo espetáculo, bem a cara do carnavalesco Paulo Barros,.
Pela primeira vez, o Grupo Especial recebe três noites de desfiles. No domingo, se apresentaram Unidos de Padre Miguel, Imperatriz Leopoldinense, Viradouro e Mangueira. Na noite desta terça-feira se apresentam Mocidade, Paraíso do Tuiuti, Grande Rio e Portela.
Veja quem desfilou na segunda noite de desfiles:
Unidos da Tijuca - “Logun Edé: Santo Menino que Velho Respeita” foi o enredo apresentado pela escola do Borel. A agremiação aborda o Logun Edé, um orixá cultuado no Candomblé. A comissão de frente abordou a origem do Logun Edé, filho de Oxóssi. A escola do Borel apresenta Logun Edé como um príncipe, reverenciado pelo povo Ijexá. Depois, Logun Edé é retratado como um guerreiro. A Unidos da Tijuca retratou também o culto a Logun Edé no Brasil, ocorrido na Bahia e no Rio de Janeiro. Por fim, a agremiação mostrou a juventude como a atualização de Logun Edé.
Beija-Flor – “Laíla de Todos os Santos, Laíla de Todos os Sambas” foi o enredo da agremiação de Nilópolis. Desenvolvido por João Vítor Araújo, o enredo conta a história de Luiz Fernando Ribeiro do Carmo, o Laíla (1943-2021), ex-diretor de carnaval da Beija-Flor e responsável pela era mais vitoriosa da azul e branco nilopolitana. Para contar a trajetória de Laíla, a Beija-Flor trouxe a religiosidade do diretor carnavalesco, apresentando-o como guiado por Xangô. Depois, a azul e branco falou sobre a ancestralidade africana e o protagonismo do povo preto, pois Laíla sempre lutou pela visibilidade e importância dos negros na cultura brasileira. O setor seguinte mostrou as influências de Laíla, da música clássica ao samba. A partir daí, a Beija-Flor faz a ligação com os enredos mais clássicos projetados por Laíla, incluindo passagens por escolas como Unidos da Tijuca, Vila Isabel e União da Ilha. A Beija-Flor finalizou o desfile contando a importância de Laíla para a história da agremiação nilopolitana.
Desfile da Beija-Flor de Nilópolis (Foto: Dhavid Normando/Rio Carnaval)
Salgueiro – A vermelho e branco apresentou o enredo “Salgueiro de Corpo Fechado”, de Jorge Silveira. O enredo abordou a relação humana com a proteção espiritual. A comissão de frente, apelidada de “vai pegar fogo no gongá”, abordou o axé e a proteção. Já o abre-alas trouxe esculturas dos exus Marabô e Pimenta, além de levar a velha guarda para representar os guardiões da escola. O Salgueiro apresentou em seguida a herança dos malês com seus amuletos, assim como as benzedeiras e as mandingas dos negros escravizados em Salvador. O cangaço veio em seguida, que também carregavam seus amuletos. Depois, a vermelho e branco mostrou os rituais de origem indígena e o candomblé.
Vila Isabel – Paulo Barros trouxe o enredo “Quanto mais eu Rezo, mais Assombração Aparece”, abordando o medo. A comissão de frente mostrou o Diabo e sua vingança contra um trapaceiro. O abre-alas representou o trem-fantasma. O primeiro setor mostrou os seres estranhos das lendas das florestas, como o lobisomem, o curupira e o saci-pererê. Em seguida, a azul e branco retratou os seres das águas, como a yara e o caboclo d’água. A Vila Isabel retratou os medos de infância, como o lobo mau, as bruxas, o homem do saco e o bicho papão. O desfile ainda passou pela bruxaria, tendo referências ao cinema como os filmes “Os Fantasmas se Divertem”, “It a Coisa” e “A Noite dos Mortos Vivos”.
Os monstrinhos da Vila Isabel (Foto: Dhavid Normando/Rio Carnaval)
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