RIO - Temporal, vendaval e frio. O cenário na Cidade do Rock, na madrugada deste domingo (11), tinha tudo para afastar o público do show principal do Rock in Rio. Isso, entretanto, não ficou nem perto de acontecer. Com o Palco Mundo completamente lotado, o Coldplay fez uma apresentação que dificilmente será esquecida pelos fãs.
Muito além da música, a banda ofereceu uma experiência completa ao espectador, que podia se sentir parte do show. Foram distribuídas milhares de pulseiras que, controladas remotamente pela produção, piscavam luzes de diferentes cores, de acordo com o momento e com a canção.
Incansável e imune ao tempo ruim, o vocalista Chris Martin deixava clara a tentativa da banda, a todo o momento, de chegar mais perto dos brasileiros. E não era só com o palco, cuja passarela foi estendida a pedido do grupo para que pudessem ficar mais próximos dos fãs. Várias vezes, tentava falar em português, chegando até mesmo a tocar ao piano a introdução de "Mas que nada", de Jorge Ben. Mais à frente, foi ainda mais audacioso, ao cantar a letra traduzida de "Magic".
De hits, aliás, é impossível reclamar. De "Paradise" a "Biutyful", era difícil parar, respirar e não se empolgar. Para o sucesso "Viva la Vida", não bastou tocar apenas uma vez, repetindo a versão completa logo em seguida.
E com muitas luzes, cores e tecnologia, houve ainda a preocupação com a inclusão, com "Something Just Like This" sendo interpretada na linguagem de sinais.
No fim, com a alma lavada em quase duas horas de rock, experiência sensorial, luzes e muita chuva - real e de papel picado -, o Coldplay fechou um show que dificilmente será esquecido por quem o viveu - até mesmo para os ensopados Chris Martin, Jonny Buckland, Guy Berryman e o aniversariante do dia, Will Champion - que ganhou parabéns e bolo no palco.
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