LONDRES, ING (ANSA) - Segundo os documentos revelados pelo ex-analista dos serviços de inteligência norte-americanos, Edward Snowden, e publicados pelo jornal britânico "The Guardian" e pelo alemão "Der Spiegel", a Agência Nacional de Segurança (NSA, na sigla em inglês) teria espionado diplomatas e autoridades da União Europeia (UE) e de países aliados como França, Itália, Alemanha e Grécia. Bruxelas apresentou um pedido de explicações imediatas para Washington sobre as operações de monitoramento.
Os governos da França e da Alemanha alertaram que as relações bilaterais com os Estados Unidos poderiam ser afetadas pelas atividades de espionagem. De acordo com um dos documentos transmitidos por Snowden para o Guardian, 38 embaixadas e missões diplomáticas foram classificadas pela NSA como "alvos de espionagem". Para realizar as operações de monitoramento a Agência utilizou instrumentos como microfones escondidos em telefones e dispositivos eletrônicos nos cabos, além do uso de antenas especializas para registrar conversas. O Guardian citou um documento de 2007 que mostra como microfones escondidos foram inseridos em fax da missão da UE nos Estados Unidos.
Entre as embaixadas monitoradas estariam as da Itália em Washington e as da França e da Grécia na Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York. Missões diplomáticas de outros países também foram espionadas, como a do Japão, do México, da Coreia do Sul, da Índia e da Turquia. O ministro das Relações Exteriores da França, Laurent Fabius, declarou no último domingo que se as revelações forem confirmadas as atividades da NSA seriam "totalmente inaceitáveis". A ministra da Justiça alemã, Sabine Leutheusser-Schnarrenberger, afirmou que as atividades de espionagem lembram os métodos utilizados pelos EUA contra os inimigos durante a Guerra Fria. O presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, avisou que as atividades de espionagem poderiam ter "um impacto severo" nas relações entre a UE e os EUA.
1
2
3
4
5