RIO - Terminou na madrugada desta quarta-feira (5) a última noite de desfiles do Grupo Especial do carnaval do Rio de Janeiro. Mocidade Independente, Paraíso do Tuiuti, Acadêmicos do Grande Rio e Portela fecharam as apresentações no Sambódromo da Marquês de Sapucaí.
Quem se destacou na última noite de desfiles foram a Grande Rio e a Mocidade. A tricolor de Caxias fez uma viagem mística através do Pará. Já a verde e branco da Zona Oeste trouxe uma reflexão sobre o futuro.
Pela primeira vez, o Grupo Especial foi dividido em três noites de apresentações. Desfilaram na primeira noite Unidos de Padre Miguel, Imperatriz Leopoldinense, Unidos do Viradouro e Mangueira. Já a segunda noite teve Unidos da Tijuca, Beija-Flor, Acadêmicos do Salgueiro e Unidos de Vila Isabel.
A grande campeã do carnaval será conhecida nesta quarta-feira de cinzas.
Veja o que cada escola apresentou na terceira noite de desfiles:
Mocidade – “Voando para o Futuro. Não há Limites para Sonhar” foi desenvolvido por Renato Lage e Márcia Lage (in memorian). A verde e branco aposta na temática futurista, abordando a ciência e a tecnologia. A comissão de frente abordou o impacto da inteligência artificial. A escola passou pelos mistérios do céu com alas representando os corpos celestes, introduzindo também a ficção científica. A escola também lembrou de Ziriguidum 2001, enredo campeão do carnaval de 1985 desenvolvido por Fernando Pinto. Assim, a escola chega ao carro que representa a obra “Guerra dos Mundos”. A verde e branco refletiu sobre o passado e o futuro, inspirando-se nas aminações “Flintstones” e “Jetsons”, ambas produzidas pelos estúdios Hanna-Barbera. O desfile passou por robôs e games, chegando a uma reflexão sobre o homem moderno. De acordo com a concepção da escola, a busca da perfeição pode ameaçar a humanidade e o planeta.
Paraíso do Tuiuti – A escola de São Cristóvão trouxe o enredo “Quem tem Medo de Xica Manicongo?”, de Jack Vasconcellos. A escola de São Cristóvão trouxe a história de Francisco Manicongo, um escravo africano do século XVI que, segundo o antropólogo e ativista Luiz Mott, teria sido um dos primeiros casos documentados de africanos homossexuais. Na década de 2000, a ativista negra e travesti Majorie Marchi resgatou a história de Manicongo, rebatizando-a como Xica Manicongo. Ao trazer esse enredo para a Sapucaí, o Paraíso do Tuiuti acredita que Manicongo teria sido “a primeira travesti da história do Brasil”. No desfile, a escola reimagina a vida de Manicongo, colocando-a como “filha do Exu de Duas Cabeças” no abre-alas. O segundo carro traz a vida de Manicongo na Bahia. A transformação de Manicongo acontece em meio aos indígenas que, segundo a proposta da escola, não tinham tabus sexuais até a colonização. A escola finalizou o desfile com a luta pelos direitos dos transsexuais.
Grande Rio – “Pororocas parawaras: as águas dos meus encantos nas contas dos curimbós” foi o enredo desenvolvido por Leonardo Bora e Gabriel Haddad. A escola abordou os rituais afro-indígenas ocorridos na região norte do país. A escola de Duque de Caxias abriu o desfile com a saga das princesas turcas Mariana, Jarina e Herondina, que são levadas ao Mundo de Encante após fugirem as guerras santas, transformando-se em caboclas. Essas princesas tornam-se as pororocas, as ondas que protegem a Amazônia. A escola passa pelos chamados seres da Amazônia, entre curupiras e caiporas. Por fim, a escola fecha com uma celebração da cultura paraense,. Em que as princesas turcas se tornam protetoras da Amazônia e inspiração aos Carimbós.
Portela – Fechando os desfiles, a Portela apresentou o enredo “Cantar será buscar o caminho que vai dar no sol. Uma homenagem a Milton Nascimento”, contando a história de um dos maiores nomes da música popular brasileira. O desfile desenvolvido por Antônio Gonzaga e André Rodrigues foi dividido em “atos”, mostrando a trajetória do artista. A abertura celebrou Milton Nascimento como o “nosso Sol”, com uma comissão de frente que faz uma procissão festiva. O segundo ato traz alas inspiradas em versos de obras de Milton Nascimento, como “O Vendedor de Sonhos”, “O Trem Azul”, “Maria Maria”, “Duas Sanfonas”. O terceiro ato continua com a procissão festiva, já ao entardecer. O desfile se inspira nos indígenas e negros, em meio à canções como “Sertão das águas” e “Raça”. O quarto ato tem a chegada da noite, com alas inspiradas em canções como “Paisagem na Janela”, “Canção da América” e “Coração de Estudante”. O último ato retrata o amanh
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