RIO - Após 46 anos, a Imperatriz Leopoldinense retornou à temática afro-religiosa com o enredo “Omi Tutú ao Olofon – Água Fresca para o Senhor de Ifon”, desenvolvido por Leandro Vieira. A verde e branco abordou o ritual da água fresca para Oxalá e a visita do orixá a Xangô. A agremiação foi a segunda a desfilar no Sambódromo da Marquês de Sapucaí pelo Grupo Especial.
O carnavalesco trouxe o reino místico de Ifón, governado por Oxalá. Vieira mostra uma narrativa em que Oxalá visita Xangô, mas é aconselhado por um sábio a fazer uma oferenda a Exu. Entretanto, isso não acontece, e Oxalá é vítima das travessuras de Exu. Ao chegar no reino de Xangô, acaba sendo confundido com um ladrão e é preso. Xangô descobre que Oxalá havia sido preso injustamente, e a paz volta a reinar após Oxalá ser banhado com água fresca. Esse ritual ainda é bastante lembrado no Candomblé.
O desfile começa com uma coreografia da comissão de frente mostrando a reverência nagô. Já o primeiro carro trouxe Oxalá como o grande senhor de Ifón. Já o setor seguinte retrata o conselho para que Oxalá ofereça uma oferenda para Exu. Como isso não acontece, Oxalá é manchado por Exu, fato retratado no terceiro setor. Xangô é retratado em seguida, sendo mostrado como o Alafin de Oyó no terceiro carro. Em seguida, a Imperatriz traça o caminho de Oxalá nos sete anos de solidão até a chegada da justiça de Xangô, em que Oxalá é limpo pelas águas. Por fim, a Imperatriz mostra a reverência nos terreiros de candomblé, finalizando com uma alegoria branca ao representar toda a estética imaculada do início do desfile.
A Imperatriz Leopoldinense trouxe uma excelência no canto e nas fantasias, além do enredo ter sido fácil de ser interpretado. Após o grande desempenho de 2024, em que a escola brigou pelo título e ficou com o vice, a verde e branco tenta seguir entre as melhores do carnaval carioca.
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