Mangueira encerra primeira noite do Grupo Especial com a saga do povo bantu
'À Flor da Terra – No Rio da Negritude entre Dores e Paixões' foi desenvolvido por Sidnei França
Por Rafael Max
03 de março de 2025 às 04:42
Atualizada em 03 de março de 2025 às 05:08
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Dhavid Normando/RioCarnaval
Comissão de frente da Mangueira
RIO - A saga do povo bantu e sua influência na cultura do Rio de Janeiro foram retratadas pelo desfile da Estação Primeira de Mangueira. "À Flor da Terra – No Rio da Negritude entre Dores e Paixões”, foi desenvolvido por Sidnei França. A agremiação trouxe a origem dos povos bantus, que foram levados como escravos para o Rio de Janeiro. O carnavalesco buscou mostrar a influência do povo bantu na cultura do Rio de janeiro, incluindo o samba e o funk.
O espetáculo visual começou logo na entrada com a comissão de frente. A escola misturou ancestralidade e modernidade com a chegada dos bantus ao Rio de Janeiro, com uma coreografia que foi fechada com os aspectos das favelas. Um gigantesco carro rosa trouxe elementos aquáticos ao mostrar a jornada dos povos bantus.
Ao longo do desfile, a Mangueira veio com elementos tradicionais africanos, trazendo a fé tradicional bantu e o seu sincretismo religioso quando foi trazido ao Rio de Janeiro. O segundo carro mostrou essa mistura, com elementos tradicionais do cristianismo em meio à estética das religiões afro-brasileiras.
A narrativa, então vai evoluindo com a introdução dos bantus dentro do Rio de Janeiro, onde os povos buscam a ascensão social. Os zungus, espaços de preservação banta no Rio de Janeiro, foram retratados no terceiro carro ao mostrar as populações localizadas no Largo São Francisco da Prainha. A alegoria, bem detalhada com esculturas e elementos humanos trouxe a ambientação e o comércio feito por essa população.
A Mangueira passaa a mostrar toda a herança deixada pela cultura banta no Rio de Janeiro. Um tripé homengeou a cuíca, elemento presente no samba do Rio de Janeiro.A sonoridade do funik foi retrada no quarto carro, ao mostrar que tanto o samba e o funk guardam elementos das populações africanas que vieram ao Brasil. A verde e rosa fechou o desfile com uma mensagem pela valorização da herança banta no Rio de Janeiro.
Com uma proposta fácil de se entender, a Mangueira se destacou pela qualidade das fantasias e alegorias, além da força da comunidade. Fora do desfile das campeãs do ano passado e longe do título desde 2019, a verde e rosa tenta voos mais altos no carnaval deste ano.