Papa rebate críticas contra bênção a homoafetivos: 'Hipocrisia'
Francisco voltou a defender abertura para casais do mesmo sexo
Por Agência Ansa
07 de fevereiro de 2024 às 09:21
Atualizada em 07 de fevereiro de 2024 às 09:23
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Ansa
Papa Francisco durante audiência geral no Vaticano.
CIDADE DO VATICANO - O papa Francisco chamou de "hipócritas" aqueles que se escandalizaram com a autorização do Vaticano para padres e bispos abençoarem casais homoafetivos.
Em entrevista à revista católica italiana Credere, o pontífice disse que "ninguém se escandaliza" se ele abençoar "um empresário que talvez explore as pessoas", embora isso seja "um pecado gravíssimo".
"Mas se escandalizam se a dou [a bênção] a um homossexual. Isso é hipocrisia", acrescentou o Papa, ressaltando que o "coração" do documento sobre casais homoafetivos é o "acolhimento".
Francisco defende que a Igreja Católica não deve fechar as portas para ninguém e precisa receber de braços abertos aqueles que procuram o "caminho de Deus", porém a autorização para bênçãos a homossexuais, divulgada em dezembro passado, chacoalhou o clero e provocou duras críticas de alas ultraconservadoras.
O arcebispo italiano Carlo Maria Viganò chegou a acusar o pontífice de ser um "usurpador" e "servo de Satanás", enquanto outros ignoraram a nova diretriz e proibiram padres de abençoarem casais homoafetivos em suas arquidioceses, como a de Nairóbi, no Quênia.
Recentemente, o Papa explicou que sua intenção é "mostrar concretamente a proximidade da Igreja a todos aqueles que, encontrando-se em diversas situações, pedem ajuda para percorrer um caminho de fé".
No entanto, o líder católico deixou claro que a bênção é para as pessoas, e não para a união. Além disso, essa prática não pode ter caráter ritualístico nem ser confundida com o sacramento do matrimônio.