Prisões de jornalistas batem recorde em 2022, aponta ONG
Foram 533 detenções no mundo; outros 57 foram mortos
Por Agência Ansa
14 de dezembro de 2022 às 13:57
Atualizada em 14 de dezembro de 2022 às 13:58
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EPA
ONG apontou aumento nas prisões e nas mortes de jornalistas no mundo.
PARIS - A ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF) informou nesta quarta-feira (14) que 533 jornalistas foram presos no mundo em 2022, um novo recorde anual nas contagens da organização. São 40 profissionais a mais do que o registrado no ano anterior, que também havia sido recorde.
Outro detalhe é que nunca tantas mulheres repórteres haviam sido presas em 12 meses: são 78 atrás das grades, alta de 30% em relação a 2021.
Mais da metade dos profissionais da comunicação encarcerados estão em cinco países: China (110), Myanmar (62), Irã (47), Vietnã (39) e Belarus (31), sendo que os iranianos eram os únicos que não apareciam no TOP5 do ano passado, um reflexo da cobertura dos protestos por mais direitos das mulheres iniciados em setembro.
"Regimes ditatoriais e autoritários estão enchendo rapidamente suas prisões com jornalistas. Esse novo recorde do número de jornalistas detidos confirma a imperiosa e urgente necessidade de resistir a esses governos sem escrúpulos e de exercer a nossa solidariedade ativa com todos aqueles que promovem o ideal de liberdade, independência e pluralismo da informação", ressaltou em nota o secretário-geral da RSF, Christophe Deloire.
Outro destaque negativo do relatório é o aumento nas mortes dos jornalistas, em dado que subiu para 57, aumento de 18,8%. "A guerra na Ucrânia, que estourou em 24 de fevereiro de 2022, é uma das causas do aumento. Nos primeiros seis meses da guerra, 8 jornalistas foram mortos", ressalta o documento.
Mas, o mais impressionante é que seis em cada 10 repórteres que morreram atuam em países considerados "pacíficos". O México continua com o mais alto número nesse quesito, com 11 assassinatos, seguido por Haiti (6) e Brasil (3).
Conforme a RSF, as Américas são a "região mais perigosa para os jornalistas: quase metade dos assassinados este ano (47,4%) foram mortos nessa parte do mundo".